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Angola: Procuradoria-Geral (PGR) e Banco central (BNA) em “silêncio” há 7 anos sobre dívidas do BESA

Quase sete anos depois de ter falido (2014), ainda não são conhecidos os maiores devedores do Banco Espírito Santo Angola (BESA), nem os responsáveis pela sua falência.

A Procuradoria Geral de Angola e o Banco Nacional fazem vista grossa sobre o caso apesar de ter lesado o estado angolano em largos milhões de dólares. O caso do falido BANC, teve um desfecho mais rápido do que o do BESA que trouxe danos maiores para a economia.

Em Portugal onde o BESA teve origem, a intervenção do Banco central mostrou-se frutífera. O BES, agora Novo Banco, foi alvo até de inquérito na Assembleia da República para apurar as irregularidades.

Apesar da UNITA, maior partido na oposição em Angola, ter solicitado em várias ocasiões, comissões parlamentares de inquérito, o MPLA que detém a maioria sempre as barrou.

O governo angolano interveio por via da Sonangol, dando uma garantia soberana multimilionária para recapitalizar o banco que depois passou a denominar-se Banco Novo e recebeu novos sócios, figuras de proa do regime do MPLA.

O MPLA não tem interesse em explicar quem são os maiores devedores porque figuras importantes do bureau político e do governo constam da lista, disse uma fonte conhecedora do dossier BESA, acrescentando que o presidente João Lourenço também está associado ao escândalo.

Publicamente apontado como principal responsável pela falência do banco, o antigo gestor, Álvaro Sobrinho disse numa entrevista a TPA, que a instituição faliu por decisão política e não por insolvência, acrescentado que do ponto de vista formal o BESA existe com a denominação de Banco Económico.

Noutro momento em que falou a Press News, o empresário apontou os generais Hélder Vieira Dias “Kopelipa” e Leopoldino Nascimento, e o antigo vice presidente da república, Manuel Vicente, como estando entre os maiores “kilapeiros” do banco.

“Roberto de Almeida, antigo vice presidente do MPLA, é o único devedor que assumiu publicamente ter recebido dinheiro, mas recusou devolver por ter julgado que se tratou de uma oferta. Antes, o vice presidente do grupo Escom (uma participada do grupo Espírito Santo), Eugénio Vale Neto, havia informado a imprensa que estava a contestar os juros do empréstimo, o que justificava a situação de incumprimento”.

A dívida do empresário e membro do MPLA ascende o valor de 1,53 mil milhões de dólares, no ano em que o banco faliu.

Até agosto de 2013, os registos apontavam para créditos no valor de 842,9 milhões de dólares a Socidesa – Sociedade de Desenvolvimento de Angola, Vaningo, Cross – Fund, Govest Empreendimentos e Saimo: cujas verbas foram utilizadas para a aquisição das Torres Sky e outros fins não identificados.

Hélder José Bataglia Santos, ex acionista do BESA, beneficiou de 882,76 milhões de dólares. Já o grupo Score, dono da rede de supermercados Deskontão, beneficiou de um crédito de cerca de 244,6 milhões de dólares.

O antigo gestor do BESA, através de empresas offshores, contraiu créditos que ultrapassam os 500 milhões de dólares.

A lista de devedores integra ainda Marta dos Santos, irmã de José Eduardo dos Santos antigo presidente da república e Manuel Nunes Júnior, actualmente ministro de estado e chefe da equipa económica de João Lourenço, cujos montantes ainda não foi possível apurar.

Ao total o BESA emprestou 5,7 mil milhões de dólares a importantes figuras do regime.

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