A organização Católica Cáritas foi encarregue de administrar como fiel depositário seis empreendimentos comerciais pertencentes à firma Zecind Lda. penhorados este mês pelo Tribunal Provincial de Luanda. Processo crime envolve administrador municipal de Cacuso. Advogado da ZECIND acusa autoriades de “excesso de zelo”
Três farmácias, igual número de mini-mercados, um centro médico e um Instituto Politécnico foram arrestados preventivamente, numa micro-operações que envolveu efectivos do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e de outras instituições que estão sob alçada da Cáritas Arquidiocesana de Malanje como fiel depositário.
O proprietário da empresa, Carlos Mulu, arrolado num processo-crime que envolve o administrador municipal de Cacuso, deveria pagar uma caução económica avaliada em 110 milhões de kwanzas mas não o fez.
O assessor jurídico da Zecind Lda., Alberto Cumbi, afirmou na segunda-feira, 12, haver interesses políticos e excesso de zelo do Tribunal Provincial ao confiscar os bens, apesar do empresário ter pago um quarto da fiança, correspondente a 30 milhões de kwanzas do valor global.
“Estamos a falar de um bem de mais de 300 milhões de kwanzas, quando nessa altura o que se fala a pagar no Estado são 80 milhões”, disse.
Carlos Mulu foi detido em Fevereiro deste ano, na sequência da instrução de um processo-crime contra o administrador municipal de Cacuso, Caetano Tinta, acusado pelos ilícitos de peculato, associação criminosa, branqueamento de capitais em concurso com violação de normas do Plano de Execução Orçamental, consubstanciado na má gestão de fundos alocados para as famílias sinistradas e para execução das obras do PIIM.
As empresas do grupo Zecind Lda. arrestadas garantem 100 empregos salvaguardados até ao momento, apesar dos constrangimentos, garantiu o também irmão de Carlos Mulu, Alberto Cumbi.
O processo-crime já foi introduzido em juízo para julgamento em breve.