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Angola: Adalberto da Costa Júnior diz que se “João Lourenço” intervier as eleições serão transparentes

O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) criticou hoje a falta de transparência do processo eleitoral, considerando que se o Presidente da República, João Lourenço, der a ordem, há tempo para reverter o processo.

“Quando o Presidente da República dá a ordem, os órgãos tendem a mudar a sua postura, portanto se houver vontade do poder político, é possível mudar o panorama, não só na comunicação social, mas também noutros vícios que podem ser corrigidos se efetivamente houver vontade de o fazer”, disse o líder da UNITA, durante uma conferência de imprensa, na qual teceu duras críticas ao processo eleitoral.

“A solução tecnológica que a Comissão Nacional de Eleições quer usar é deficiente, tem vícios de abuso e desvio de poder em conexão com ofensas à lei da CNE e porque os vícios identificados ofendem os princípios do processo eleitoral, a verdade e credibilidade das eleições está posta em causa”, sentenciou Adalberto da Costa Júnior.

Na conferência de imprensa, que surge nas vésperas do debate sobre transparência eleitoral marcado para quinta-feira na Assembleia Nacional de Angola, o líder da oposição apontou vários exemplos de práticas que disse configurarem uma fraude e lamentou a existência de ilegalidades na preparação das eleições presidenciais agendadas para a segunda quinzena de agosto.

“Os dois primeiros atos do novo presidente da CNE foram nomear um parente seu e como seu assessor escolheu um membro do comité central do MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder], o que num país com um funcionamento normal não aconteceria”, disse o deputado.

Entre os muitos exemplos de irregularidades, ilegalidades e vícios do processo eleitoral, Adalberto da Costa Júnior destacou o “uso abusivo do tempo de antena concedido ao chede de Estado, que faz todas as inaugurações antes da campanha eleitoral e transforma-as em campanha eleitoral, usando recursos e funcionários públicos de outras províncias”, e desafio os jornalistas a investigarem estas práticas.

“Qualquer jornalista pode fazer uma investigação sobre a transparência do nosso processo eleitoral e vai chegar às mesmas conclusões sobre a composição equilibrada da CNE, a escolha do presidente da CNE, a garantia de registo eleitoral dos cidadãos angolanos, o tempo de antena, o tratamento imparcial da imprensa pública, sem contraditório, a igualdade de tratamento das instituições públicas para todos os partidos políticos, a deslocalização forçada dos eleitores para os impedir de votar fora da sua área de residência, o processo de escolha da empresa responsável pela solução tecnológica e logística eleitoral, o papel da Casa de Segurança do Presidente em todos o processo e a alteração dos delegados da lista para que os partidos políticos não tenham atas suficientes para controlar o processo”.

Para Adalberto da Costa Júnior, um processo eleitoral “livre, justo e transparente só pode acontecer se os vícios do passado não forem usados agora, e este é o grande desafio do Presidente da República – garantir um processo eleitoral transparente”, concluiu.

 

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