Angola: Caso da morte em revellion começou ontem a ser julgado

O suposto assassino da jovem Patrícia Basílio, 21 anos, ocorrido o ano passado, numa festa de fim de ano, na Ilha do Mussulo, começou a ser julgado, ontem, na 14ª Secção da Sala de Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda.

Diante de numeroso público que acorreu para assistir ao interrogatório de Vivaldo Domingos, também conhecido por Vivi, o Ministério Público, na leitura da sua acusação pública, sublinhou que este e o seu comparsa Daniel Louro, que ainda está foragido, sabiam que não deviam praticar os crimes de que são acusados, mas, ainda assim, fizeram-no de forma intencional.

A malograda, segundo o Ministério Público, foi surpreendida quando, às 3 horas e 30 minutos, no bairro Cambaixi, em companhia de uma amiga, saíra, por minutos, da festa de revellion, que decorria num complexo turístico, para urinar num beco, sem iluminação, onde Vivaldo e Louro esperavam por qualquer vítima.

Tendo em conta as provas produzidas pelo Serviço de Investigação Criminal e outras juntas aos autos, durante a fase secreta de instrução preparatória, o representante do Ministério Público disse que “a companheira da vítima conseguiu escapar. Deixou-a a ser imobilizada e resistiu quando tentaram violá-la. Os meliantes, ao não verem concretizado este desejo e ante a resistência da vítima, receberam o telefone da mesma e, com uma faca, o acusado deferiu um golpe na região do tórax”.

“A jovem Patrícia Basílio ainda conseguiu levantar-se, andar até ao local da festa, onde foi socorrida, mas, já a caminho da Clínica Sagrada Esperança, acabou por perder a vida”, disse o procurador. Questionada, a defesa – um advogado estagiário acompanhado pela advogada Ana Paula Godinho – se tinha questões para colocar antes do interrogatório do suposto assassino, tratou apenas de reconhecer que a sua intenção de apresentar uma testemunha que abonasse a favor da defesa do acusado estava ultrapassada.

O advogado Carlos Salombongo, contratado pelos parentes da malograda, disse que juntou outras provas aos autos, nomeadamente as chinelas da vítima e vestígios de sangue encontrados no local, relatório médico e certidão de óbito.

Além do acusado, que ontem começou a ser ouvido, o tribunal vai interrogar ainda doze declarantes arrolados no processo, no sentido de se produzir provas que suportarão a decisão final do julgamento, que se prevê demorado. Pela subtracção violenta do telefone e facadas que causaram a morte de Patrícia Basílio, Vivaldo Luís, detido às 7 horas do dia do acto, está a responder, tal qual o seu comparsa em fuga, por roubo e homicídio, arriscando-se, assim, em caso de condenação, a uma pena que vai dos 16 aos 20 anos de prisão maior.

 

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