Angola: Cinco pessoas morreram “afogadas” na província de Luanda após reabertura das praias

Cinco pessoas, na sua maioria adolescentes, morreram afogadas nas praias de Luanda, reabertas no fim de semana após estarem encerradas dois anos, anunciaram hoje os bombeiros que se mostram preocupados com a “desobediência dos banhistas”.

Segundo o porta-voz do Comando Provincial de Luanda do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros, Faustino Mingues, três dos casos mortais (entre os 14 e 16 anos) foram registados no município do Talatona, nas praias do Benfica e Futungo, e os restantes (18 e 26 anos) no município de Luanda, nas praias dos distritos da Ingombota e Samba.

Faustino Mingues, que apresentava hoje à Lusa o balanço da operação dos bombeiros durante o fim de semana, em Luanda, deu conta também de 18 salvamentos na iminência de afogamento, 12 dos quais no distrito da Ingombota, maioritariamente adolescentes.

A abertura oficial das praias e piscinas públicas em Angola aconteceu no último sábado, 05 de março, à luz do novo decreto presidencial sobre a situação de calamidade pública, após mais de dois anos de interdição visando conter a propagação da covid-19.

Segundo as autoridades angolanas, a apresentação de um cartão de vacina e/ou certificado de vacinação constitui um dos requisitos para o acesso às praias a nível do país.

Vídeos que circulam nas redes sociais ilustram enchentes consideráveis de pessoas nas praias de Luanda, sobretudo na Ilha de Luanda, distrito urbano da Ingombota.

O acesso público às praias, segundo Faustino Mingues, foi antecedido de campanhas de sensibilização a nível das comunidades, patrulhamentos náuticos, apeados, de lanchas e motorizado nas 45 praias controladas e catalogadas pelos bombeiros em Luanda.

Os bombeiros em Luanda controlam 45 praias, nomeadamente 22 proibidas e 23 com acesso autorizado, mas no fim de semana prologando, banhistas “invadiram” igualmente as praias proibidas.

“Podemos caracterizar que o final de semana prolongado foi preocupante, aliás tínhamos noção que não seria uma tarefa fácil, e a responsabilidade não seria simplesmente dos bombeiros, mas da população em geral”, disse.

“O que verificamos foi ainda a insistência e negligência por parte de alguns banhistas a se fazerem presentes a algumas praias proibidas”, frisou Mingues.

Questionado sobre o nível de controlo dos banhistas ante à enchente verificada, sobretudo no quadro das medidas de situação de calamidade pública, o porta-voz dos bombeiros deu nota que esta foi uma atividade coordenada com outras forças.

Além dos bombeiros, efetivos da polícia nacional e equipas da Comissão Multissetorial de Prevenção e Combate à covid-19 trabalharam ao longo das praias de Luanda no fim de semana.

Mas, ainda assim, observou, “houve dificuldades, porque algumas pessoas violavam aquilo que são as normas, mas também não deixa de ser uma questão de consciência do cidadão, porque estamos a falar ainda da proliferação da pandemia e também do risco de afogamento que é iminente nestes locais”.

“Daí que a maioria das vítimas mortais e as que foram salvas eram adolescentes entre 14 de 18 anos, daí ser importante os pais redobrarem a atenção aos mesmos no acesso a estes espaços”, rematou Faustino Minguês.

 

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