Angola: Deputada da UNITA aponta “silêncios de João Lourenço” no discurso sobre o estado da nação

A UNITA criticou o facto de o Presidente angolano ter omitido a revisão da lei eleitoral no seu discurso sobre o estado da nação, que, segundo a deputada Arlete Chimbinda, ficou muito aquém do desejado. Arlete Chimbinda criticou omissões sobre a lei eleitoral, o sistema judicial e acusaçōes de censura na comunicação social pública.

Ao reagir ao discurso sobre o estado da nação apresentado por João Lourenço na Assembleia Nacional, nesta sexta-feira, 15, a deputada do principal partido da oposição destacou que o “Presidente evitou este aspecto”, quando, segundo Chimbinda, ele teve a “oportunidade de nos clarificar sobre aquilo que ele pretende, para termos certeza de que se projecta uma eleição, livre, justa e transparente”

“Também nós apontamos o dedo à forma como o poder judicial actua no nosso país e o senhor Presidente da República simplesmente ignorou esse aspecto”, apontou a parlamentar da UNITA,para quem o discurso ficou “aquém das expectativas”.

Arlete Chimbinda também criticou as observações de Lourenço em relação à comunicação social “que tem sido acusada de falta de isenção”.

“O senhor Presidente podia ter clarificado aqui para nós termos certeza de que a comunicação social tem este aval de desempenhar esse papel de forma isenta, o Presidente não tocou neste assunto”, referiu a parlamentar.

O estado segundo o PR

No discurso de 46 páginas sobre o estado da nação, João Lourenço fez uma radiografia do país, desde o combate à pandemia ao mundo rural, dos investimentos ao programa de intervenção nos municípios, da saúde à educação, e defendeu um maior controlo de armas no país para combater a crescente criminalidade no país.

O Presidente angolano anunciou a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), reiterou que as autárquicas vão acontecer e avisou que não há esconderijos seguros para os bens adquiridos à custa do erário público.

Lourenço também enumerou os números da Covid-19, a vacinação que já chegou a 4,6 milhões de adultos e as enormes dificuldades económicas decorrentes da pandemia.

O discurso do Presidente da República marca o início do ano parlamentar.

 

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