Os Presidentes do PRS, FNLA e PHA, oposição angolana, vão participar da cerimónia de investidura do Presidente da República reeleito, João Lourenço, na sequência das eleições gerais de 24 de agosto, marcada para quinta-feira, confirmaram hoje fontes partidárias.
Benedito Daniel, presidente do Partido de Renovação Social (PRS), que nas quintas eleições angolanas elegeu dois deputados, disse hoje à Lusa que já recebeu o convite e que estará presente na Praça de República, em Luanda, para a cerimónia.
Segundo o político, reeleito deputado para a quinta legislatura angolana, a decisão da sua presença na cerimónia de investidura de João Lourenço foi aprovada em sede de uma reunião do seu partido.
“Tudo porque não estivemos presentes nas cerimónias [de investidura] realizadas em 2012 e 2017 e, então, desta vez, a direção do partido decidiu estarmos nesta cerimónia de 2022”, argumentou.
O presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Nimi a Simbi, confirmou à Lusa que também estará presente nesta cerimónia de investidura do Presidente e da vice-presidente de Angola.
“Recebemos o convite sim e estaremos lá neste ato, assim como também vamos marcar presença na cerimónia de posse dos deputados [marcada para sexta-feira] na Assembleia Nacional”, frisou.
Nimi a Simbi afirmou que vai hoje à sede do parlamento angolano para participar do processo de acolhimento e iniciação dos deputados da quinta legislatura, uma espécie de cadastro interno, abrangente aos 220 deputados eleitos.
O líder da FNLA, que elegeu dois deputados para a nova legislatura, referiu igualmente que o seu partido se demarca de manifestações e que não vai entrar na “onda de contestação dos resultados eleitorais”, por não ter disponíveis as atas sínteses para confrontar os resultados.
“Como sabe a reclamação dos nossos delegados de lista persiste, já tivemos algumas das nossas sedes vandalizadas, e eles, enquanto não receberam os seus pagamentos não nos querem entregar as atas, o resto fica para a história”, atirou.
Uma fonte do Partido Humanista de Angola (PHA) disse à Lusa que a sua presidente, Bela Malaquias, também assistirá à cerimónia de investidura do Presidente angolano, João Lourenço.
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, interpôs esta terça-feira junto do Tribunal Constitucional (TC) um recurso extraordinário de inconstitucionalidade contra a decisão de rejeitar o seu recurso de contencioso eleitoralcom efeitos suspensivos da mesma.
Várias individualidades e estadistas, como o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que chegou hoje a Luanda, foram convidadas para esta cerimónia marcada para a Praça de República, espaço adjacente ao Memorial António Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola.
O Tribunal Constitucional (TC) proclamou o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e o seu candidato, João Lourenço, como vencedores com 51,17% dos votos, seguido da UNITA com 43,95%, tendo chumbado o recurso de contencioso eleitoral da UNITA.
Com estes resultados, o MPLA elegeu 124 deputados e a UNITA, que contesta os resultados e recorreu ao chumbo do Tribunal Constitucional (TC) e interpôs, na terça-feira, recurso de inconstitucionalidade, elegeu 90 deputados, quase o dobro das eleições de 2017.
Em face dos resultados eleitorais, o MPLA deve indicar igualmente dois vice-presidentes e dois secretários de mesa da Assembleia Nacional e na mesma proporção o partido UNITA.
O PRS, a FNLA e o estreante PHA elegerem dois deputados cada.
A CASA-CE, a Aliança Patriótica Nacional (APN) e o P-Njango não obtiveram assentos na Assembleia Nacional, que na legislatura 2022-2027 vai contar com 220 deputados.
João Lourenço, reeleito Presidente de Angola para os próximos cinco anos, toma posse na quinta-feira, 15 de setembro, e os deputados eleitos serão investidos na sexta-feira.