O antigo ministro da Casa Civil de José Eduardo dos Santos está a ser acusado de se apossar e de vender duas residências situadas nos bairros da Samba e do Mussulo, em Luanda, de uma suposta antiga companheira. José Leitão confirma e garante que a ex-amante recebeu dinheiro, casa e carros em troca das residências da Samba e do Mussulo.
Trata-se de Amélia Gonçalves, uma jovem que teve um caso amoroso com o também presidente do grupo Gema, mas que não chegaram a gerar filhos.
Fontes familiarizadas com o processo contam, igualmente, que tudo aconteceu, há sete anos, quando José Leitão aproveitando-se da ausência da ex-companheira, que se encontrava no exterior do país, decidiu vender as duas residências de T4 sem razões aparente.
Segundo as fontes, que logo que antiga mulher de José Leitão soube da situação accionou os mecanismos judiciais para reaver as residências, cujo número do processo nº014/2016-C, todavia, encontra sempre resistência.
Porém, revelam que devido às dificuldades, Amélia Gonçalves decidiu trocar de advogado, visto que processo não andava no tribunal, sendo quem está cuidar do processo é a juíza Kamia Nayole da Silva Menezes, juíza de Direito da 3ª Secção da Sala do Cível e Administrativo, do Tribunal Provincial de Luanda.
“A nossa parente construiu as residências em 2004, enquanto funcionária da Sonangol, não se sabe com que carga d´água o senhor José Leitão terá vendido as casas. Dizem que seu grupo está falido, talvez tenha vendido às casas pelo período que atravessa”, confidenciaram.
O Apública sabe que uma das residências o antigo secretário do Conselho de Ministros vendeu ao empresário Valente Caetano Barros da Silva, proprietário da empresa Taimar.
Um documento da administração distrito da Samaba chegado à redacção, confirma que Amélia Gonçalves é proprietária de um dos imóveis construído no espaço sito no município de Luanda, distrito Urbano da Samba, bairro da Corimba, com dimensões de 44,64×21, 5=961m².
Reconhecendo que terá cometido erro, o patrão do grupo Gema chega acordo, em julho deste ano, com ex-amante que que daria Cento e Cinquenta Milhões de Kwanzas (150.000.000 AOA), como indemnização da casa do Talatona, vendesse a sua residência de madeira, sita na rua das Construções nº50-A na Comuna do Mussulo, município de Talatona.
Na carta assina supostamente pelo empresário descreve que os valores seriam depositados na conta bancária da senhora para evitar desta forma a resolução de conflitos por via judicial, mas que chegou apenas a depositar trinta milhões de Kwanzas.
José Leitão reage
“No dia em que chegamos ao acordo extrajudicial, ela, no caso Amélia Gonçalves, invadiu a casa com alegados cinco “lumpenes”, entretanto, o caso foi parar à polícia”, começou por responder via whatsapp, José Leitão, que alega estar fora do país por razões de saúde.
O político refere, ainda, que um das testemunhas é capitão Vieira Dias, um suposto oficial dos Serviços de Informação, que terá presenciado todo o processo.
Confirma que a outra casa terreno no Mussulo, município de Talatona, em Luanda, Amélia Gonçalves chegou a acordo extrajudicial com o comprador e recebeu pelo terreno 30 milhões de kwanzas.
O ex-ministro de Estado da Casa Civil do antigo Presidente José Eduardo dos Santos assegura que a sua ex-companheira não tinha dinheiro para pagar a construção dos imóveis, mas, além do dinheiro 30 milhões, Amélia Gonçalves terá recebido uma residência na Sagrada Família na Maianga e vários carros.