Angola: Governo reconhece que incidentes tático-policiais provocaram mortes

Eugénio Laborinho, que discursava na abertura da Conferência Científica sobre o perfil do agente e o uso da força policial, promovido pelo Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, não avançou números.

O governante angolano frisou que esta constatação obriga a uma reflexão sobre o tipo de formação que está a ser implementada, sobretudo nos últimos cursos de ingresso realizados, considerando a relevância da temática de técnicas de manuseamento de armas de fogo e outros meios coercivos, pelos danos que podem causar.

Para Eugénio Laborinho, estas áreas desempenham “um papel inquestionável na determinação do perfil do agente da polícia que Angola e os seus filhos muito precisam”.

O titular da pasta do Interior disse esperar que as conclusões da conferência atendam às exigências atuais e que sejam aplicadas nos próximos enquadramentos na corporação, com vista a corrigir alguns perfis menos bons e melhorar aqueles que estão bem.

Segundo o ministro, de forma oportuna se realiza o certame para refletir o perfil do polícia, visto que uma instituição como a Polícia Nacional não pode recrutar cidadãos sem um processo de seleção criterioso, que envolva a observância do grau académico, porte físico, estado psicológico e psíquico, antecedentes comportamentais e criminais, capacidade de reflexão, bem como os vários testes para aferir o interesse em ingressar na corporação.

“Não se deve pensar que a polícia serve somente para garantir emprego, para quem não tem outras opções na sociedade”, referiu Eugénio Laborinho, salientando que devem entrar aqueles que, além de terem perfil adequado, “tenham paixão pela profissão, porque ela exige entrega, abnegação, patriotismo e disciplina”.

Os polícias devem estar imbuídos do espírito de servir o país e respeitar a lei, prosseguiu o ministro, sublinhando que não é para “tirar proveito da sua qualidade para praticar atos ilícitos, com o fim de resolverem os seus problemas sociais”.

O ministro elogiou o trabalho dos efetivos da Polícia Nacional que, “por vezes, não é devidamente reconhecido por alguns atos indecorosos cometidos por uma minoria, que mancha o bom nome da corporação”.

Nesse sentido, Eugénio Laborinho apelou ao reforço das medidas inspetivas e de controlo, para responsabilização dos infratores.

O ministro aproveitou a ocasião para felicitar o desempenho da polícia na manifestação do passado dia 21 de novembro, um dos temas a abordar na conferência, por não ter havido incidentes quer da parte dos efetivos, quer dos manifestantes.

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