Angola: Grupo AAA fecha “13 unidades hoteleiras no interior do país”

Como consequência da detenção do seu proprietário, a empresa AAA Activos Lda,  encerrou recentemente, 13 unidades hoteleiras espalhadas pelo país.

Segundo apurado, após detenção de Carlos São Vicente e bloqueio das contas da referida empresa, o grupo viu-se na obrigação de  fechar 13 unidades hoteleiras, estando em funcionamento apenas quatro unidades hoteleiras situadas na província de Luanda.

Uma fonte da empresa revelou que as 13 unidades fechadas, têm contas avultadas de água e luz por pagar.  “As 4 que estão ainda abertos em Luanda, estão a ser sabotados á cada dia que passa. Não são feitas as manutenções dos aparelhos, a lavandaria já não funciona, os fornecedores não são pagos, ainda recebemos alguns clientes e  falta água para colocar nos quartos, há vezes que falta até o papel higiênico para colocar nas casas de banho”-

A fonte que preferiu não identificar-se, temendo eventuais represálias, lamenta que  os responsáveis pela gestão dos bens apreendidos não “mostram interesse absolutamente nenhum de manter a empresa a funcionar. Falta álcool gel nos hotéis, falta lixivia, faltam coisas básicas, porque o estado angolano simplesmente apreendeu e deixou os funcionários desta empresa abandonados. Isso ainda sem mencionar os atrasos no pagamento dos salários. Estamos neste momento com um atraso de 2 meses sem salários”.

“Se realmente pretende manter a empresa a trabalhar, que nos entregue os meios a fim de podermos fazer o nosso trabalho e ganhar o nosso pão de cada dia. Se for o contrario, que nos informem para que cada um dos funcionários sejam indemnizados e que possam cada seguir as suas vidas”.

“Os edifícios estão a deteriorar-se, os clientes a reclamar e fugir pela nossa baixa brutal em termos de qualidade, é apenas uma questão de tempo até não termos mais funcionários por que mesmo tendo dinheiro nas contas da empresa, o estado se recusa a pagar salários, fornecedores de bens e serviços que permitem a operação dos hotéis. Nós entendemos que o nosso PCA está envolvido em um processo criminal, mas nós somos funcionários com famílias e não podemos continuar a viver na incerteza”, conclui.

De recordar que Carlos São Vicente está detido desde 22 de setembro por suspeitas de corrupção, peculato e branqueamento de capitais. Antes, as autoridades suíças já lhe haviam congelado 900 milhões de dólares, no âmbito de uma investigação sobre lavagem de dinheiro.

Os hotéis arrestados pela PGR angolana foram transformados pelas autoridades do país em locais de alojamento de doentes com sintomas de covid-19. As unidades pertencem às redes IU e IKA, espalhando-se por 14 zonas do país, estando quatro delas localizadas em Luanda.

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