Angola: Instituto de Sistemas Eleitorais alerta para o “crescimento de discursos políticos intolerantes”

O órgão adverte que o período pré-eleitoral que se vive no país é tenso, tendo apelado aos políticos, cidadãos e aos grupos da sociedade a adoptarem um comportamento de convivência mais sadio, com respeito pelas diferenças

O director do Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia (IASED), Luís Jimbo, denunciou, no Lubango, província da Huíla, o aumento, nos últimos dias, de discursos intolerantes no cenário político nacional, tendo alertado para os perigos que esta tendência poderá ter na instigação à violência quer verbal quer física, sobretudo no actual período que é considerado de ano pré-eleitoral devido às eleições gerais aprazadas para 2022.

O especialista, que falava à margem da accão formativa dirigida aos partidos políticos com assento parlamentar, considerou que o ano de 2021, apesar de estar no princípio, já regista um aumento de discursos “musculados e intolerantes” por parte de vários actores político.

De acordo com Luís Jimbo, o período pré-eleitoral que se vive no país é tenso, tendo apelado aos políticos, cidadãos e aos grupos da sociedade civil a tomarem um comportamentos de convivência mais sadio, com respeito pelas diferenças.

Por outro lado, depois de ser concluída a discussão do pacote legislativo autárquico, em curso na Assembleia Nacional, o director do IASED defende a necessidade de se realizar de forma simultânea as eleições autárquicas e gerais no próximo ano.

Para Luís Jimbo, a realização simultânea das eleições autárquicas e gerais no país, em 2022, vai permitir com que se respeite a periocidade que se estabelece por lei, para a sua realização.

No seu entender, vários factores concorrem para a realização de eleições autárquicas em qualquer país, destacando-se as necessidades logísticas para o sucesso da mesma.

Assim sendo, frisou, 2021 não é o período ideal para a realização de eleições autárquicas. Conforme explicou, o período normal é o seco, para que se tenha menos impacto no orçamento e na logística do processo eleitoral.

“Neste sentido, defendemos a realização das eleições gerais em simultâneo com as eleições autárquicas. Mas, para isso, existe o desafio de se fazer um debate sobre o período de mandato de um autarca. Para nós, deveria ser simultâneo como acontece na realidade dos países da SADC”, defendeu.

 

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