O director e co-fundador do jornal angolano “O Crime”, Mariano Brás, responde a um processo-crime por alegada prática de calúnia e difamação, movido pela ministra de Estado para os Assuntos Sociais, Carolina Cerqueira.
Isto depois da publicação de uma reportagem em que ela foi associada a um pedido de luvas no valor de 9 milhões de dólares americanos num negócio de terrenos.
O jornalista diz que a ministra nunca respondeu a um pedido do jornal para dar a sua versão.
O jornalista Mariano Brás, que diz ter esperado quase dois anos pela resposta de Carolina Cerqueira à denúncia do empresário Alexandre Pegado, arrolado no processo, fala em sinais de “abuso de poder e atentado à liberdade de imprensa”.
“E também alguma arrogância, até porque teve dois anos para apresentar o contraditório”, disse.
“Não o fez, preferindo os tribunais, por calúnia e difamação, mas ela não mete em causa o conteúdo”, acrescentou Brás que disse ainda que a fonte da notícia “está aí, tem documentos, e a ministra conhece melhor do que ninguém os meandros da profissão, até porque já liderou o Ministério da Comunicação Social”, argumenta o profissional.
Contactado pela VOA, o advogado da ministra de Estado para os Assuntos Sociais, José Ferrão, disse que não podia, por imperativos profissionais, tecer considerações sobre o processo em curso.