Angola: Líder do Movimento do Protectorado da Luanda Tchokwe “preso” há tres meses sem acusação

Três meses depois da sua detenção, o líder do Movimento do Protetorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, continua sem ser acusado de qualquer crime. Presidente em exercício do Movimento diz ser cada vez mais óbvio que se trata de uma detenção política e denuncia novos assassinatos.

Para o presidente em exercício daquela organização, o soba Mário Katape, fica cada vez mais clara a interferência política das autoridades no processo.

“Até agora estamos aqui sem saber porque é que Zecamutchima está na cadeia e entendemos que há aqui uma acção que é poliitica, porque ninguém sabe por que está preso”, disse Katape fazendo notar que nem mesmo o advogado de defesa de José Mateus Zecamutchima conhece o processo.

“Mesmo o próprio advogado das Mão Livres, Salvador Freire, ele próprio não tem nenhuma palavra, não sabe dizer se vai ser julgado se não, não se sabe nada até aqui”, sublinhou.

O soba Mario Katape afirmou, por outro lado, que continuam a registar-se nas lundas s várias violações dos direitos humanos inclusive assassinatos.

“Foram assassinadas na semana passada, nas Lundas, mais três pessoas, e as nossas reclamações não são tidas em conta”, disse.

Pedido de habeas corpus

O advogado Salvador Freire confimou na samana passada que o Tribunal Provincial da Lunda Norte, em Angola, rejeitou o pedido de habeas corpus dos advogados de Zecamutchima.

O activista foi detido na sequência dos confrontos registados a 30 de Janeiro no Cafunfo, na província da Lunda Norte, aquando da programada manifestação convocada pelo seu movimento que terminou na morte de várias pessoas em confrontos entre os manifestantes e a polícia.

Salvador Freire alega que, enquanto defensor no caso, não tem tido contacto com ninguém no processo.

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