Angola: Major Lussati assume ser “único proprietário” dos bens retidos e apreendidos em sua posse

Advogou que o dinheiro, carros, casas, jóias e outros meios, encontrados em sua posse, “foram adquiridos de forma transparente, fruto de muito trabalho e negócios ao longo de vários anos”

No primeiro interrogatório a que foi submetido no dia 27 deste mês, pelos investigadores da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal( DNIAP), da Procuradoria- Geral da República (PGR), durante quatro horas, o major das Forças Armadas Angolanas (FAA), Pedro Lussati, assumiu ser o único proprietário do dinheiro e de outros bens encontrados em sua posse no acto da detenção.

“Segundo uma fonte ligada à DNIAP, Lussati, que até Novembro de 2017 esteve ligado à Casa de Segurança do Presidente da República, terá confessado que o dinheiro, os bens móveis e imóveis são propriedade dele e foram adquiridos ao longo dos últimos anos, através de poupanças e negócios transparentes, e que não têm ligação com as acusações que lhe foram feitas sobre a origem de tais meios”.

Segundo a fonte deste jornal, Pedro Lussati, cujo nome saltou na ribalta e nos holofotes da imprensa nacional e estrangeira, nos últimos dias, garantiu provar a titularidade dos bens se o processo for introduzido em tribunal.

Avançou que apesar do nervosismo com que se apresentou inicialmente na audiência, pouco tempo depois foi-se acalmando, respondendo de forma precisa o interrogatório dos especialistas da DNIAP.

“Durante as investigações, o major Pedro Lussati, que pertencia à Banda Musical da Unidade de Guarda Presidencial (UGP), tutelada pela Casa de Segurança do Presidente da República, desmentiu que a fortuna fosse de outras figuras, entre as quais altas patentes das Forças Armadas Angolanas (FAA), exoneradas pelo Presidente da República”.

Detido, recentemente, em Luanda, pelo Serviço de Investigação Criminal(SIC), está a ser acusado de crimes de peculato, branqueamento de capitais, retenção de moedas e outros.

Pedro Lussati está a ser defendido pela advogada Manuela Mendes, do Escritório David Mendes e Associados, filha do conhecido advogado e activista dos Direitos Humanos David Mendes, da Associação Mãos Livres.

No acto da detenção, numa das suas residências, foram encontradas avultadas malas de dinheiro com milhões de dólares, euros e Kwanzas, bem como viaturas de luxo.

Após a sua detenção, com auxílio do Serviço de Informação bem Segurança de Estado (SINSE), vários generais da Casa de Segurança do Presidente da República foram exonerados pelo Presidente da República, enquanto Comandante em Chefe, suspeitos de cumplicidade no crime.

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