Angola: Morreu o ícone do fotojornalismo angolano Paulino Damião “50”

Morreu, na madrugada desta quinta-feira, aos 70 anos, o repórter fotográfico Paulino Damião, conhecido por “50”, vítima de doença. O malogrado padecia de uma doença crónica e, há uma semana, teve paludismo, que o levou a várias complicações. “Há muito que o pai sofria de uma doença crónica.”

“Devido à pandemia da Covid-19, não conseguia fazer as habituais consultas de rotina, o que viria a agravar o seu quadro clínico”, conta o filho Luís Damião. “Quarta-feira, antes de ir para a cama, conversámos muito e parecia estar bem. Infelizmente, por volta das três da manhã de quinta-feira, sentiu-se mal. Faleceu mesmo em casa”, explicou.

Fotojornalista reformado da Edições Novembro EP, Paulino Damião ingressou nos quadros da empresa no ano de 1976, onde parmaneceu até à data da sua morte. Conheceu a fotografia nos anos 60 e, aos 13 anos de idade, na época em que tinha sido encarcerado pelas tropas coloniais nas matas de Nambuangongo, Bengo. Paulino Damião foi um dos pioneiros na reprodução da fotografia rudimentar e artística no país, numa câmara escura, artefacto em forma de caixote dos idos anos 70 a 80.

Destaca-se, na sua carreira, a cobertura dos Jogos Olímpicos de Moscovo, em 1980. Consta também, do seu registo histórico, a cobertura da primeira visita do Presidente Agostinho Neto ao Jornal de Angola, em 1976, data que marcou a mudança do título Província de Angola.Entre colegas, Cinquenta lembrava, com nostalgia e satisfação, a cobertura da visita do primeiro Papa a Angola, João Paulo II, em Junho de 1992, e de Bento XVI, em Março de 2009, de quem afirma ter recebido uma medalha que guardou como lembrança.

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