Angola: Oficiais na reforma e viúvas de combatentes dão ultimato ao Presidente da República

Em véspera do dia do Natal, oficiais generais e superiores, viúvas de guerra em Angola fazem um novo ultimato ao Presidente João Lourenço no qual exigem o pagamento de uma dívida orçada em mais de cem mil milhões de kwanzas.

O grupo ameaça sair às ruas e levar o caso ao Tribunal Supremo se não houver uma resposta do Presidente.

No dia 12 de dezembro, a Associação dos Oficiais Generais, Superiores, Capitães e Subalternos Reformados foi chamada pelo ministro da defesa João Ernesto Liberdade, que prometeu aos seus responsáveis o pagamento da dívida, o que ainda não aconteceu,

Os oficiais superiores dão um prazo de até 10 de Janeiro.

“A nossa paciência chegou ao fim, vamos esperar até 10 de Janeiro, queremos respostas satisfatórias se não vamos às ruas e se o Executivo negar-se a pagar a dívida nós vamos recorrer ao Tribunal Supremo e exigir o pagamento da dívida na totalidade, são 130 milhões de kwanzas, desta vez não vamos mais aceitar curvas, vamos à rua da Feira Popular até lá onde dói mais”, afirmou José Limuqueno.

O major da reforma Jose Vieira da Costa acrescentou: “Eu tenho vergonha de me identificar no meu bairro como major, os meus vizinhos têm carros de luxo, eu nem uma bicicleta, qual major? O Presidente reúne-se com kuduristas, com jovens, etc., mas nunca reúne-se com os oficiais superiores reformados”.

João Baptista, oficial superior na reforma, adverte o Chefe de Estado para prestar atenção.

“Estamos a alertar o Presidente da República para que nos oiça, fique atento e trate-nos com dignidade e respeito, nós libertamos o país, mas fomos esquecidos”, lamentou.

As viúvas de antigos oficiais superiores filiados à associação também querem respostas do Presidente da Republica.

“Sou viúva desde 1999, o meu marido morreu, era segundo comandante da polícia militar, eu como viúva menor de 50 anos não tenho direito a receber o dinheiro do meu falecido marido que combateu por esta terra, hoje os filhos sofrem, não estudam, desistiram da escola, não temos casa, cortaram o dinheiro , vamos viver como?”, lamenta em forma de pergunta Maria Helena Domingos, quem diz apenas querer saber “se o Presidente da República João Lourenço é que ordenou para cortar a nossa pensão de viúva”.

Eles dão um prazo até 10 de janeiro para pagamento de uma dívida de 130 milhões de kwanzas

 

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