Depois dos membros da Plataforma 27 de Maio ter suspenso sua participação nos trabalhos, a Fundação 27 de Maio admite seguir o mesmo caminho
A Fundação 27 de Maio ameaça abandonar a Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), após a Plataforma 27 de Maio ter também suspendido sua participação nos trabalhos do referido órgão por não ter obtido qualquer resposta aos pedidos apresentados.
Numa reunião extraordinária da CIVICOP realizada no passado dia 7, a Associação 27 de Maio, Associação M-27 e o Grupo de Sobreviventes do 27 de Maio, que constituem a “Plataforma 27 de Maio”, anunciaram a suspensão da sua participação nos trabalhos da Comissão.
Agora, o presidente da Fundação 27 de Maio, que não faz parte da Plataforma, diz que também essa associação pode bater com as portas da Comissão.
“É preciso dizerem se vão ou não abrir os arquivos da DISA? Vão ou não entregar os restos mortais dos comandantes que até já foram patenteados a titulo postumo? Outra questão, por exemplo, é até agora a Fundação não é uma entidade de utilidade pública”, afirma Silva Mateus.
Questionado se a saída desses membros visa boicotar o trabalho da Comissão, Silva Mateus respondeu que são tratados feitos bonecos e que caso tenha um parecer negativo, a Fundação 27 de Maio vai continuar o processo junto as Nações Unidas.
“Se não responderem até ao mês de Maio, nós vamos dar uma conferência de imprensa e esclarecer o nosso abandono da comissão”, garante.
Na nota em que anuncia a sua auto-suspensão da Comissão, a Plataforma 27 de Maio refere que o Governo e o MPLA “longe de procurarem um caminho da verdadeira reconciliação nacional, optaram pela recusa da verdade histórica e pela construção de propaganda a seu favor, para branquear a imagem, não estando interessados em apreciar sequer os pedidos que foram apresentados pelos representantes das vítimas”.