Várias organizações da sociedade civil da província angolana de Cabinda rejeitaram um apelo do novo presidentedo Forum Cabindês para o Diálogo (FCD), Maurício Nzulu, para a união de todas as forças num novo diálogo como o Governo angolano. Maurício Nzulu foi eleito em Janeiro.
O Movimento de Reunificação do Povo de Cabinda para sua Soberania, por exemplo, é uma plataforma que engloba várias associações e é coordenada pelo jurista Arão Tempo que disse à VOA que nenhuma figura do FCD tem legitimidade para continuar a falar em nome do povo de Cabinda.
“A FCD deve vir pedir perdão ao povo de Cabinda, esta confusão criada por Bento Bembe e Maurício Nzulu retira-lhes toda a credibilidade, para continuar a falar em nome dos ibinda” ,sublinhou Tempo, para quem “a FCD devia ser extinta”.
Bento Bembe, reponsável por negociações com o Govenro angolano rejeitadas por outras organizações de Cabinda, foi presidente da FCD até ser substituído pelo general na refoma Maurício Nzul.
Por seu lado, Carlos Vemba presidente do Movimento para Independência de Cabinda (MIC), outra plataforma que reúne várias sensibilidades, recomenda ao “o senhor Maurício Nzulu que aproveite desfrutar a sua reforma e deixe de falar do povo de Cabinda”.
“Tanto ele como Bento Bembe não têm moral para falar em nome dos cabindas, e neste momento as proeminentes figuras do FCD deviam vir em hasta pública e pedir perdão ao povo de Cabinda e automaticamente extinguir o FCD”, acrescentou Vemba.
Outra organização da sociedade civil, Associação para Desenvolvimento da Cultura e Direitos Humanos de Cabinda (ADCDH) entende que tanto Bento Bembe como Maurício Nzulu deixaram-se “vender” ao regime e agora querem passar-se por santos.
Alexandre Kwanda acusou-os de “traírem os cabindas e é por isso o FCD é contestado em Cabinda”.
“Os que estão à frente do Fórum perderam toda legitimidade, como é que eles vão negociar com o Governo? Que tipo de negociação esta gente pode fazer, se o governo já lhes atribuiu cargos, dinheiros, lhes sustenta”, interrogou Kwanda.
O general na reforma Maurício Nzulu foi eleito presidente do FCD a 11 de Janeiro por 97% dos votos, após José Tembo Bissafi ter retirado a sua candidatura.
As reacções da sociedade civil surgiram um dia depois de Nsulu ter defendido, em conferência de imprensa, uma nova postura do Governo angolano, que deve respeitar o estatuto especial de Cabinda.