Angola/Peculato: Mais detenções por “corrupção” na província angolana da Huíla

Directora interina da Escola de Formação Técnica de Saúde e uma empresária são as novas “vítimas da justiça”

A Procuradoria da República na província angolana da Huíla anunciou nesta segunda-feira, 15, mais duas detenções no âmbito dos crimes económicos e financeiros que envolvem actuais e antigos gestores públicos.

A directora interina da Escola de Formação Técnica de Saúde do Lubango, Deolinda de Jesus Leles, foi detida por crime de peculato, associação criminosa, participação económica em negócios e branqueamento de capitais.

Também foi detida empresária Teresa das Dores Nebrasca, no âmbito do processo que envolve o director de Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação da administração municipal do Lubango, Tchitangueleka Huambo, recentemente preso.

O subprocurador titular da república na Huíla, Gabriel Custódio, diz que alguns processos despoletados são fruto de denúncias da população.

“Desde o dia 1 de Janeiro até agora nós recebemos cerca de oito denúncias que já resultaram em duas detenções, por isso, nós encorajamos a todos cidadãos e sobretudo a comunicação social a trazer factos que possam levar, motivar a procuradoria a investigar e responsabilizar os prevaricadores”, afirma Custódio.

Bastante crítico com o trabalho da justiça e com desempenho em particular do Ministério Público o advogado de Tchitangueleka Huambo,Cícero Vissandule, olha para o caso do seu constituinte para questionar a medida de coação aplicada ao gestor público.

“Nós temos que começar a tornar a nossa justiça mais higiénica de modo a podermos amadurecer os factos para posterior imputação de responsabilidades. Se ainda estamos numa fase inicial do processo, o juízo é meramente de suspeito, será que justifica tomar uma decisão tão extrema quando a lei das medidas cautelares adverte e estabelece outras medidas menos gravosas para se poder recorrer e não imediatamente a detenção enquanto a última medida? É daquelas questões em que continuamos a ver que há aqui uma simpatia entre o interesse permita-me que diga assim político e jurídico”, suporta o advogado.

Sob a alçada da Procuradoria da República na Huíla estão ao todo 197 processos de crimes económicos e financeiros que envolvem atuais e antigos gestores públicos.

 

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