A mineradora australiana Pensana, começa em 2022 com o processo de exploração das reservas de terras raras no município do Longonjo, na província do Huambo.
Segundo apurado, a mineradora Pensana Rare Earths anunciou que havia apresentado às autoridades britânicas um pedido de licença para construir uma refinaria de terras raras em Hull, no nordeste da Inglaterra.
Esta será uma boa notícia para as autoridades angolanas, uma vez que esta refinaria será utilizada para processar os metais de terras raras que a Pensana pretende extrair no Longonjo.
O site Africa Intelligence, revelou recentemente que no caso da processo de exploração começar em 2022 conforme previsto, este local, que detém mais de 208.000 toneladas de neodímio-praseodímio, será a primeira nova mina fora do sector diamantífero a abrir desde que Lourenço foi eleito em 2017.
Seria um estímulo para o governo angolano, que há três anos tenta atrair novos investimentos internacionais para o sector mineiro do país e demonstrar que o seu potencial vai além dos diamantes.
Segundo ainda a fonte, num reflexo da importância do projecto para os interesses estratégicos de Luanda, João Lourenço não se limitou ao investimento financeiro no projecto através do Fundo Soberano de Angola (FSA), que é hoje o maior accionista da Pensana com uma participação de 23,1%.
De 2012 a 2017, o FSA foi gerido pelo filho do ex-presidente, José Filomeno dos Santos, vulgo “Zenu”, que actualmente cumpre pena por corrupção. Espera-se que o investimento neste novo projecto de mineração seja um longo caminho para reabilitar a imagem da Fundo Soberano de Angola.
O projecto Longonjo é também o primeiro da nova Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRM), um organismo público criado em maio de 2020 para substituir a extinto Ferrangol. Dirigido por Jacinto Ferreira dos Santos Rocha, o novelórgão governamental detém 16% do capital do empreendimento, o seu primeiro investimento nessa escala.
As operações da Pensana também atraíram o interesse de Londres, que aspira se tornar a “Arábia Saudita da energia eólica” e vê neste projecto uma excelente oportunidade de matar dois coelhos com uma cajadada só, ou seja, obter um suprimento constante de neodímio-praseodímio (um componente essencial em ímãs de turbina) para sua indústria de energia eólica, ao mesmo tempo que se estabelece como um elo crítico na cadeia de abastecimento europeia para esses metais de terras raras.
Recorde-se que o presidente da República João Lourenço autorizou em Maio de 2020, o investimento de 130 milhões USD para o projecto de Terras Raras, que se situa entre os municípios da Caála, Longonjo e Ukuma, no Huambo, que foi aprovado após um estudo de prospecção que durou dois anos.
Será executado numa extensão de 21,2 quilómetros quadrados. Trata-se de uma reserva de aproximadamente 23 biliões de toneladas de metal bruto denomina Terras Raras na província do Huambo.
Do minério, após processamento, resultará uma quantidade indeterminada do raro mineral.
Chamados por alguns de “ouro do século XXI”, por sua raridade e valor económico, as “terras raras” são metais que servem de matéria-prima essencial para itens de alta tecnologia. Localizá-los com o grau de pureza e concentração necessárias é uma tarefa difícil, por isso, são tidos como raros.
Entre as características de maior destaque estão a condução de calor e electricidade, além do facto de se tratar de estruturas que são altamente magnetizáveis.
As suas propriedades químicas e físicas são utilizadas em uma grande variedade de aplicações tecnológicas e estão incorporadas em supercondutores, magnetos, catalisadores, entre outros.