Angola: “Ponto chave da saúde mental é a prevenção, não o medicamento”, Cirilo Mendes

Já diz o ditado “Corpo são, mente sã” em numa altura em que há tensões políticas, receios e depressões devido à Covid-19, uma alta no desemprego em Angola – a taxa de desemprego aumentou no terceiro trimestre para 34%, 1,3 pontos percentuais em relação aos três meses anteriores (32,7%) e 3,9 pontos percentuais face ao período homólogo (30,1%) – como está a saúde mental dos angolanos?

No Angola Fala Só desta sexta-feira, 6 de novembro, focámo-nos na saúde e falámos com o psicólogo clínico, Cirilo Mendes, para nos descrever o cenário de uma sociedade vista por muitos especialistas como “doente” e marcada por traumas.

Cirilo Mendes, também coordenador do Centro de Atenção aos Doentes Mentais da Cahala, em Malanje, diz que o número de pessoas com distúrbios mentais aumentou devido à pandemia.

Ele lembrou que “quando se fala de saúde não se resume simplesmente à ausência de doenças do foro orgânico” e “em fase de pandemia, em função de várias pressões, quer seja do ponto de vista político, social, económico, as pessoas têm maior dificuldade naquilo que é enfrentar os problemas de forma resiliente”.

Com a pandemia muita gente perdeu o emprego, ficou confinada a casa, o que segundo o dr. Mendes contribuiu para um aumento do consumo de álcool e outras substâncias tóxicas entre a comunidade.

No que toca ao estigma do recurso a apoio de especialistas na área da saúde mental, Cirilo Mendes diz que em África no geral quem recorre aos serviços de saúde mental ainda é visto como “maluco”, mas em Malanje a comunidade está muito mais aberta.

Quando questionado sobre o estado de saúde mental da população angolana, Cirilo Mendes é de opinião que toda a população deveria recorrer aos serviços de terapia trimestralmente.

Assista à conversa completa no vídeo:

Texto da VOA

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