O MPLA e o regime, em geral, têm vindo a denotar sinais de intranquilidade e/ou de crispação, reflexo de “percepções internas” de acordo com as quais a sua popularidade se encontra em “franca erosão”, de forma mais pronunciada nos últimos meses devido à crise económica aguda no contexto de pandemia.
Segundo o Boletim África Monitor Intelligence, é notada a perda de influências em sectores da sociedade urbana que eram tradicionalmente afectos ao MPLA.
De acordo ainda com a fonte, o tendencial reforço da UNITA como força de oposição confirma previsões que meios e figuras do regime associavam à eleição do seu actual líder, devido à preparação política e o seu espírito combativo, vistos como capazes de vir a afirmar a UNITA como “real alternativa” de poder em Angola.
A incomodidade gerada no regime pelo cenário de uma vitória do actual líder do “Galo Negro” deu então lugar a ocultas acções de intrusão ou de influenciação da campanha para a eleição da nova direcção da UNITA no sentido de obstar à sua vitória ou diminuí-la.
A campanha foi mantida após a eleição de Costa Júnior, agora com base em “guidelines” como o de o desprestigiar como líder do partido.
Em Fevereiro de 2020, recorda a fonte, na sua primeira audiência com João Lourenço, Costa Júnior manifestou-lhe o seu desagrado ante a persistência da campanha.
Perante sinais de insucesso da tentativa de dissuasão do protesto de 24 de Outubro último, foi publicado na véspera um decreto proibindo ajuntamentos de mais de 5 pessoas, sob pretexto de controlo da pandemia de Covid-19, apesar de o país não estar em Estado de Emergência.
De carácter repressivo e intimidatório, a acção das forças de segurança – PNA, PIR e FAA – na imposição dos estados de emergência causou centenas de detidos.