Angola: Presidente da UNITA trabalha durante dias fora de Luanda e avalia positiva a recepção

O Presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, está desde quinta-feira, 05, a trabalhar fora da capital angolana, Luanda, no âmbito da II Reunião Ordinária da Comissão Política da UNITA, passando por vilas e aldeias, no interior do país de onde é saudado efusivamente por militantes, amigos e simpatizantes da UNITA.

No Huambo, nesta sexta-feira, 06, a UNITA reu com os membros da Comissão Política das províncias do Huambo, Bié, Kuando Kubango, Huila, Namibe, Cunene, Kwanza Sul e Benguela, sendo que a realização faseada desta reunião, resulta do cumprimento das normas sanitárias do combate à pandemia do covid-19.

Em declarações, na abertura da reunião, Adalberto Júnior estimou que é, pois, com elevada satisfação que teve a honra de se dirigir, aos membros do mais importante órgão deliberativo do seu Partido, no intervalo dos Congressos.

“Desejo a todos quantos atenderam a nossa convocatória, votos de boas vindas e bom trabalho. Iremos debater com pormenor a realidade do país, os seus desafios e faremos a actualização dos programas do Partido.

A tradicional hospitalidade da província e cidade do Huambo, vão inspirar-nos neste exercício em termos o Partido sempre preparado para melhor servir Angola e os angolanos”, observou ACJ.

Referindo-se da celebração dos 45 anos de Independência Nacional, recordou a extraordinária geração de jovens nacionalistas angolanos que lutaram de diversas formas contra o Estado colonial português para conquistar os direitos e liberdades fundamentais, incluindo os direitos políticos inerentes à cidadania.

“O Estado português era já um estado de direito, porém, não era democrático. As suas leis eram elaboradas por distintos professores de direito e no entanto eram discriminatórias. Não aceitavam que os angolanos e não só, exercessem o seu direito à liberdade, à igualdade e à democracia”, lembrou.

Em 1975, acrescentou ainda, a luta daqueles jovens produziu os primeiros frutos, com a proclamação da independência de Angola, ao passo que em 1991, saborearam novos frutos, com a conquista da paz de Bicesse que trouxe a assunção da democracia multipartidária e o abraço da economia de mercado.

De acordo com o político, desde então, infelizmente, o conflito entre os poderes públicos e a cidadania agudizou-se. Entre avanços e recuos, o facto é que Angola ainda não conquistou a paz social e os direitos de cidadania não são exercidos de modo igual por todos.

Adalberto Júnior reconheceu também que passados quarenta e cinco anos depois de proclamada a independência nacional, persiste o conflito entre o interesse dos angolanos, no seu todo e os interesses de um Partido que capturou o Estado e que país vê retardarem-se os mais importantes compromissos e desafios institucionais.

“Vemos com preocupação a expressão do autoritarismo e a diminuição do diálogo institucional, vemos um Partido político fazer uso e abuso dos órgãos públicos, que manipulados são direccionados a agredir os símbolos da pluralidade, a negar direitos, devidamente protegidos pela Constituição da República. O direito à oposição, desaparece todos os dias um pouco no nosso país”, referiu.

Recordou, no entanto que a pandemia do Covid-19, em Angola veio confirmar as debilidades estruturais, os enormes problemas do sistema educativo, de saúde, surgindo uma nova expressão no léxico político “novo paradigma de governação” que está sendo utilizada pelo Partido estado para enganar os angolanos, visto que os vícios, as políticas, as pessoas, os roubos são os mesmos, bem como o Estado clientelista.

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