Angola: Quatro anos à “espera de justiça pela morte de 28 pessoas no Uíge”

Passados 4 anos da tragédia no Estádio 4 de Janeiro no Uíge, que provocou a morte de 28 pessoas, no jogo de estreia do Girabola “Zap” 2017, entre as equipas de Santa Rita de Cássia do Uíge e Recreativo do Libolo do Kwanza Sul,ninguém foi ainda responsabilizado directamente pelas mortes .

Os familiares das vítimas clamam por indemnização e justiça dos responsáveis pela tragédia.

Ramiro Milutuka que vive com os filhos deixados pelo sobrinho que havia morrido na tragédia ocorrido no dia 10 de fevereiro de 2017, no estádio 4 de Janeiro, confessou que passa por dificuldades enormes para sustentar os órfão e contou que a única ajuda recebida pelo governo angolano foi o registo de nascimento dos filhos da vítima.

Miguel Teta Neto, membro da organização da sociedade civil ligada aos direitos humanos no Uíge, lamentou o facto de o governo angolano não ter responsabilizado criminalmente os envolvidos na tragédia

Teta Neto disse que os filhos daqueles que morreram na tragédia não receberam qualquer indemnizaçao.

O Governo provincial do Uíge apresentou há vários anos, o relatório do inquérito da tragédia no qual concluiu ter havido “negligência” por parte da empresa gestora do estádio por vender tardiamente os bilhetes, do clube da Santa Rita de Cássia, da Associação Provincial de Futebol (APF) e da Polícia Nacional.

Oficialmente morreram 17 pessoas, mas a VOA sabe que 28 pessoas perderam a vida.

“Os órgãos competentes devem responsabilizar cada um, segundo a gravidade dos factos”, esclareceu na altura o vice-governador para o sector económico do Uíge.

Mendes Sambo afirmou que quanto à empresa gestora do estádio a culpa recai pelo facto de não ter aberto todos os portões e a venda de bilhetes em locais inapropriados.

Quanto à segurança, a polícia e o clube são responsáveis.

“A comissão entende que a polícia, na pessoa do segundo comandante provincial para ordem pública, não contou com a avalanche de adeptos esperados” concluiu.

O acidente aconteceu quando uma multidão pressionou a porta principal do Estádio 4 de Janeiro, que cede e provocou mortos e feridos.

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