Angola: Reginaldo Silva critica a “TPA” após entrevista estranha e atípica às altas patentes do MININT

O veterano jornalista angolano, Reginaldo Silva, disse ter ouvido com alguma expectativa, por causa de todo o estardalhaço que foi feito à sua volta, a “entrevista estranha” que a TPA organizou esta sexta-feira, 14 de janeiro, onde durante mais de duas horas se falou de um grupo que quer desestabilizar o país, inviabilizando a sua governação na sequência da onda de violência urbana que segunda-feira, 10 assolou particularmente a zona do Benfica, em Luanda.

Para Reginaldo Silva, embora a entrevista tivesse sido gravada de véspera, mas tendo em conta o elevado nível da troika presente, este estava de facto à espera de algumas revelações que dessem um pouco mais de sentido à teoria da conspiração avançada por JLo, dois dias depois do inédito ataque por um grupo de populares a um Comité Distrital do MPLA que resultou na sua destruição total.

O jornalista disse que não se percebeu bem o alerta feito pelo Presidenteda República, uma vez que na mesma mensagem JLo destacou que a condenação dos incidentes de segunda-feira foi feita em uníssono por todos os partidos políticos e demais forças vivas do país.

Em conclusão, realça, falou-se muito do tal grupo, mas em substância pouco se disse sobre o mesmo, tendo apenas ficado no ar a promessa da investigação em curso vir a produzir proximamente os necessários esclarecimentos.

Enquanto tal não acontece e diante dos factos em presença para já, o jornalista diz que não consegue divisar muito mais do que aquela explosão de violência mais ou menos espontânea que até se pode voltar a repetir.

“Mas de facto não consigo ver alguma força política deste país apostada na subversão da ordem constitucional instrumentalizando jovens mais temerários para levarem a cabo acções violentas com impacto mediático visando criar um clima pré-insurreccional”, relatou Reginaldo Silva.

Dito isto, como é evidente, sublinha, não podíamos ter começado o ano da pior forma.

No seu entender, o “género” que foi praticado na TPA é uma “entrevista estranha”, portanto atípica, em que o entrevistado é um só, mas aparece a falar com três caras diferentes, a ter em conta a continuidade das suas respostas que convergem exactamente para o mesmo objectivo previamente definido em combina com o entrevistador.

Desta forma, considerou que é diferente do modelo conhecido por “grande jury”, onde no mínimo três jornalistas questionam um convidado, adiantando que na verdade a tal “entrevista colectiva” tem mais a ver com o “grande jury” se efectivamente os jornalistas estivessem em condições de perguntar ao entrevistado o que bem entendessem, não lhe permitindo nunca que transformasse a entrevista numa palestra.

“Nesta “entrevista estranha”, o entrevistado (3 em1) ainda tem direito a fazer um discurso inicial escrito”, conforme Reginaldo Silva.

 

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