Há muito se vem falando da existência de um Governo— Sombra no seio do maior partido da oposição cuja missão é acompanhar todos passos da actual governação, identificando imprecisões e apontar soluções.
Afinal, mais do que isso, é uma das formas de ensaiar a governação cujos principais rostos já perfilam com os olhos fitos numa provável Vitória nas eleições de 2022.
É normal, para os partidos políticos, ensaiar—se uma governação, começando por inventariar os quadros que tem e recrutar, se necessário, outros que a sociedade oferece.
No caso concreto da UNITA, olhando para a sua campanha eleitoral de 2017, defendia um Governo Inclusivo e Participativo (GIP). Ficou assim considerada uma das divisas deste partido, em caso de vitória eleitoral. Nesta fase da pré—campanha, pouco se fala do GIP, mas fala—se, sobretudo, da Frente Ampla para alternância, aberta a todas as forças políticas e da sociedade civil.
Esta frente, conforme pretendem os seus percussores, em caso de vitória, deverá ser mais ou menos homogênea.
A ideia vem a propósito do reconhecimento da supremacia do MPLA, no poder desde 1975. Quando se diz que ninguém, caminhando sozinho, consegue tirar o MPLA do poder, fica a percepção da grandeza do partido no poder.
A propalada frente, por enquanto, não tem tantos rostos que possam constituir uma equipa imbatível, embora os seus fundadores tenham outra visão. Se a UNITA já tem o seu Governo Sombra, ainda não Inclusivo e Participativo, como seria um hipotético Executivo da Frente Unida para Alternância?
Já se sabe, pelo menos oficialmente, que se a oposição assume o poder, a primeira coisa que deverá fazer é alterar a Constituição, introduzindo a figura de primeiro ministro, reduzindo substancialmente os poderes do Chefe de Estado bem como o modelo da sua eleição.
1. Primeiro Ministro — Abel Epalanga Chivukuvuku
2. Ministro da Defesa— Abílio Kamalata Numa
3. Ministro do Interior —Gito Epalanga
4. Ministro da Justiça — Mihaela Webba Kopumi
5. Ministro das Finanças —Fernando Heitor
6. Ministro das Relações Exteriores — Alcides Sakala Simões
7. Ministro da Economia e Planeamento — Eduardo Kossi Ngo
8. Ministro da Saúde — Anastácio Rubén Artur Sikato
9. Ministro da Educação e Ensino Superior— Manuel Correia
10. Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural — Alberto Francisco Ngalanela
11. Ministro do Comércio — David Kissadila
12. Ministro da Administração, Emprego e Segurança Social — Leonel Gomes
13. Ministro dos Antigos Combatentes — Carlos Kandanda
14. Ministro da Juventude e Despprtos —Alcino Jonas Santos
15. Ministro da Informação — Emanuel Bianco Samakuva
16. Ministro das Pesacas, Mar e Ambiente —Maria João Mateus
17. Ministro da Família e Igualdade de Género — Odete Joaquim Baca
18— Ministro dos Recursos Naturais — Simão Albino Dembo
19. Ministro dos Transportes e Telecomunicações — Gabriela Cristina Martins
20. Ministro da Cultura — Cesaltina Kulanda
21. Ministro da Hotelaria e Turismo — Arlinda Kassova Sapiñala Pena
22— Ministro das Intra—Estruturas, Energias e Águas— Adelino Timóteo Kitekulu
23. Ministro da Administração do Território— Joaquim Nafoia
24. Ministro da Ciência e Tecnologia— João Baptista Ngandajina
25. Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Filomeno Vieira Lopes
26. Chefe da Casa Militar do Presidente da República — Apollo Felino Yakuvela
No seu plano de governação pretende—se reintroduzir os vice—ministros e Secretários de Estado apenas para áreas que não constituem ministério.
Nossa fonte aponta o dedo ao economista Justino Pinto de Andrade como a figura cogitada para Presidente da Assembleia Nacional, coadjuvada por Lindo Bernardo Tito. Relativamente aos governos provinciais, a ideia é de incluir também membros de todas as sensibilidades que contribuirão a Frente para Alternância.