Angola: Serviço de Investigação Criminal (SIC) investiga “desvio de tolenadas” de milho da Reserva Estratégica Alimentar (REA)

Cinco pessoas foram detidas acusadas de envolvimento no desvio de 30 toneladas de milho da recém criada Reserva Estratégica Alimentar na província de Benguela. Ativista social suspeita de participação policial.

Na província angolana de Benguela, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) continua a investigar o desvio de 30 toneladas de milho da Reserva Estratégica Alimentar.

Esta quinta-feira, (13.01), foram detidos cinco indivíduos que alegadamente desviaram as 30 toneladas adquiridas pelo Governo angolano no âmbito da Reserva Estratégica Alimentar. Entre os detidos estão quatro angolanos e um cidadão eritreu.

“Os mesmos foram surpreendidos a proceder o reensacamento com o intuito de introduzir o referido produto no mercado informal do Viva a Paz”, explicou porta-voz do SIC, Vitorino Kotingo.

Segundo o Serviço de Investigação Criminal, suspeita-se que o milho terá sido desviado no trajeto entre o Porto do Lobito e o local de armazenamento pertencente ao Grupo Leonel Carrinho.

“Levanta-se a hipótese desses camiões não conhecerem o trajeto em que estão destacadas as nossas forças, mas todo o cuidado consideramos para que, com maior brevidade, possamos esclarecer em que circunstância ocorreu este desvio”, acrescentou.

Polícia deve ser investigada

Em declarações à DW África, o ativista social Avisto Chongolola Mbota considerou uma “aberração” o desvio. Diz que a Polícia deve também ser investigada, inclusive os funcionários do Porto do Lobito e da empresa Leonor Carrinho.

“Não se entende como um cidadão vai desviar essa quantidade enorme de milho. Visto que há fome no centro e sul de Angola, este milho devia acudir esta população”, lamenta.

O ativista defende ainda mais rigor na seleção de segurança durante o transporte e armazenamento dos bens da reserva alimentar de Angola.

“Apelo às autoridades que mantenham rigor na segurança porque a segurança que protege os produtos é débil. É débil porque os tais seguranças que são agentes da polícia nacional também estão com fome”, diz Avisto Chongolola Mbota.

 

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