Angola: Sindicato Nacional dos Médicos (SINMEA) aguarda “relatório final da autópsia” pela a morte do vice-secretário geral

O secretário-geral adjunto do SINMEA foi enterrado quarta-feira. Imprensa angolana fala em causa natural, mas o sindicato ainda espera o relatório final da autópsia a Francisco Vieira, um dos rostos da greve dos médicos.

O sindicalista Francisco Vieira, um dos rostos da greve dos médicos que decorre há um mês, foi encontrado morto numa via pública de Luanda na passada segunda-feira (18.04). Foi esta quarta-feira (20.04) a enterrar no cemitério do Benfica em Luanda.

Isaac Vieira, irmão mais velho do médico, não quis, em declarações à DW África, comentar os resultados da autópsia. Nesta altura, está mais preocupado com o sustento dos cinco filhos deixados por Francisco Vieira do que com o relatório médico final. “O que me interessa neste momento é só como vou fazer para sustentar os filhos que o meu irmão deixou”, diz.

De acordo com um comunicado e a imprensa local, o médico pediatra sindicalista morreu de “enfarte agudo do miocárdio”. A autópsia realizada esta terça-feira (19.04), em Luanda, contou com a presença de quatro médicos legistas, dois médicos da direção do sindicato e um familiar, indica a nota.

À espera do relatório final da autópsia

Domingos Zangão, porta-voz do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (SINMEA), disse à DW África que o movimento sindical ainda está à espera do relatório conclusivo da autópsia.

“Essa causa de morte natural, não é oficial. Nós até agora não recebemos o relatório dos médicos legistas. Assim que o sindicato tenha a oportunidade de receber o relatório da causa da morte do Dr. Francisco, iremos comunicar à imprensa sem qualquer problema nenhum”, revelou.

Aquando da notícia, houve no país quem tenha associado a morte de Francisco Vieira à sua atividade sindical. “Esperamos que a morte do Dr. Francisco Vieira não esteja ligada à sua vida sindical”, comenta Domingos Zangão.

“O secretário-geral adjunto sempre esteve ligado ao Sindicato Nacional dos Médicos de Angola. Foi co-fundador do sindicato e exercia com zelo o seu papel. Durante este processo reivindicativo sempre esteve à frente do mesmo e sem qualquer intimidação”, sublinha.

Sindicato não se sente intimidado

Na semana passada, o presidente do SINMEA, “Adriano Manuel, afirmou em entrevista à DW África que estava a ser alvo de ameaças alegadamente na sequência da greve que a classe médica leva a cabo há um mês”.

Domingos Zangão garante que, nem a morte do sindicalista, nem intimidações, farão com que desistam do exercício do seu direito: a paralisação.

“Neste momento o sindicato também não se sente intimidado por esta perda valiosa, não obstante o secretariado dos médicos de Angola estar a sofrer ameaças. Todos os dias nós sofremos intimidações nas redes sociais, nos nossos próprios telefones recebemos mensagens de intimidação, ligações sem identificação tentando intimidar os membros do secretariado do sindicato de Angola”, lamenta.

 

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