Angola: TRADICIONALISMO NO ENSINO

Nos últimos tempos, verifica-se pouca produção no processo de ensino e aprendizagem no que consta a produção docência: professores há que só «empurram» matéria sem domínio da mesma, colados nos livros com o medo de os questionarem e pouca arte de ensinar, por excelência alguns.
 Bem, em 2017, numa das capacitações, na escola, Complexo Escolar IEPA, localizada em Viana, ministrada pelo Director da mesma, despertei-me de algo do gênero “O professor é artista, não se pode prender no que pré-leitura, precisa olhar as intenções da matéria, objecto e objectivos” quanto à importância com seus educandos… continuava… o professor não deve pensar que o aluno é simplesmente uma cassete que vá reproduzir toda fita, mesmo a cassete pode entrar em falha”, mesmo Jean Piaget (cf. Fascículo de Psicologia, 2018 – 3) “Desenvolvimento do ser humano depende produção meio ambiente”, ora vejamos: da produção e não reprodução.
 
Desta forma, leva-me a saber se o por que várias vezes nos empurram conhecimento sem equalizar os mesmos. O tradicionalismo já não nos consume, estamos ligados em várias formas de receber os conteúdos: da internet, livros e outras fontes orais, às vezes, verifico que mesmo reproduzindo não se dá todo, então, pra que caber nas nossas mentes? Só nós merecemos? Por outra, esta situação acaba por deixar muitos estudantes limitados e serem alunos de noção.
 
Os professores, dirijo-me para professores tradicionalistas, deveriam muito bem saber que o conhecimento não é estático como o básico em matemática, em que «1+1» nos resultaria sempre «2», devemos saber que se ontem o aluno aprendeu que a forma correcta de se dizer é “vou «à» escola” hoje também se pode dizer “vou «na» escola”, assim nos ensina a língua respeitando o falante no processo diatópica (referiu-se na palestra em 2017 pelo professor e director de Português da instituição já citada), sobretudo, a estes comportamentos, gostava de alertar que o professor não deve colocar a determinar um conhecimento ao aluno que é assim que deve ser, deve apenas mostrar caminhos (Pilet, Novas Normas da Didática, 2005 – 57). Desculpe-me, se é assim mesmo, que se deixe de ser professor.
 
Não é justo, por exemplo, muitos professores pedem aos alunos que respondam as questões da forma como lhes foi ensinado, caso contrário, se for na prova, o professor acaba por riscar a prova, porque o aluno não respondeu da forma como queria, menciono querer no caso de cópias até às vírgulas. Isso é, na verdade, tornar o aluno limitado. Para terminar, gostava mesmo que os professores enterrassem esta crise do «ser tradicionalista quanto ao ensino», pois isso foi na época colonial, apresentem-nos novas visões, enfim, dar a liberdade de pensar para depois não ficarem decepcionados.
 
O que se quer em nós é a percentagem de PRODUÇÃO pelo menos nos 80%, não REPRODUÇÃO. Por isso é que muitos de nós não conseguimos criar, criar criar e criar,… mas continuam a exigir a evolução por parte dos educandos.
 
Aliás, não é que não conseguimos criar, nós conseguimos e muito bem, mas como criar se o próprio professor acostumou-nos a reproduzir, eis a razão. Por favor, incentivem-nos a produzir mais e deixar de lado a reprodução, só assim iremos ser brilhantes.
 
Bem, pese embora alguns já os são! Reitero, mais PRODUÇÃO e menos REPRODUÇÃO!
 
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AC Vayenda
Pseudónimo de António Vaienda, estudante e membro do Movimento Literário Litterágris..
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