O reitor da Universidade Jean Piaget de Angola negou hoje ter conhecimento de uma investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) a gestores da instituição, afirmando que vão ser feitas diligências internas “para apurar o que aconteceu”.
O semanário Valor Económico avançou que a PGR angolana está a investigar a equipa de gestores portugueses da universidade por haver indícios de branqueamento de capitais, fuga ao fisco e auxílio à imigração ilegal, na sequência de uma denúncia pública efetuada pelo corpo docente e não docente daquela instituição do ensino superior, em 12 de outubro.
Em declarações hoje à Lusa, Samuel Victorino afirmou que a universidade “está a funcionar normalmente” e que só hoje teve conhecimento da notícia que envolve responsáveis da entidade promotora da universidade, a Associação Instituto Piaget de Angola (AIPA).
“A instituição vai saber o que está a acontecer. Internamente, vamos fazer as nossas démarches para apurar o que se passa e se há alguma investigação da PGR. Precisamos de conversar com os colegas”, sublinhou.
O semanário adiantava também que os funcionários da universidade ameaçavam entrar em greve, caso a entidade patronal não pagasse os salários em atraso, situação que Samuel Victorino disse já estar ultrapassada.
“Houve um encontro de diálogo com os docentes que manifestaram a necessidade de obter garantias de pagamento dos [salários] atrasados. Foi encontrada uma solução interna e o problema está resolvido”, disse o reitor, sem adiantar mais detalhes.
Sobre a denúncia de cidadãos portugueses a trabalhar na estrutura central da universidade sem qualquer visto de trabalho ou de permanência em território nacional, também noticiada pelo jornal, Samuel Victorino confirmou ter havido contactos dos Serviços de Migração e Estrangeiros (SME).
“Verificaram que está tudo em ordem”, garantiu.
A Lusa tentou contactar a PGR para obter mais esclarecimentos, sem sucesso.