Ásia: Líder deposta de Myanmar “Aung San Suu Kyi” comparece pessoalmente em tribunal na capital

Pouco antes da audiência realizada em Naypyidaw, Suu Kyi “desejou que o seu povo continue de boa saúde” e “afirmou que a Liga Nacional para a Democracia existirá enquanto existir o povo.

A líder deposta de Myanmar, Aung San Suu Kyi, acusada de vários crimes pela junta militar, compareceu nesta segunda-feira pessoalmente em tribunal pela primeira vez desde o golpe de Estado de 1 de fevereiro, segundo um dos seus advogados.

Pouco antes da audiência realizada em Naypyidaw, Aung San Suu Kyi — em prisão domiciliária desde o golpe — “desejou que o seu povo continue de boa saúde” e “afirmou que a LND (Liga Nacional para a Democracia) existirá enquanto existir o povo, porque foi fundada pelo povo”, disse à agência de noticias AFP o advogado da ex-líder, Min Min Soe.

A ex-chefe de facto do governo civil em Myanmar (ex-Birmânia), que até agora só tinha estado presente em tribunal por videoconferência, teve permissão para falar diretamente com a sua equipa de defesa. “Encontrámo-nos por 30 minutos”, disse o advogado Min Min Soe à AFP. “Aung San Suu Kyi parecia saudável e totalmente confiante”, acrescentou o advogado.

A junta militar ameaça dissolver o LND, que venceu as eleições legislativas de 2020, alegando fraude eleitoral durante esta eleição.

Aung San Suu Kyi, vencedora do Prémio Nobel da Paz de 1991 devido à sua longa luta contra regimes militares anteriores em Myanmar, é uma das mais de 4.000 pessoas detidas desde o golpe de 1 de fevereiro. A ex-líder enfrenta várias acusações, que vão desde a posse ilegal de walkie-talkies à violação de uma lei de segredos de Estado da era colonial. Se for considerada culpada, Suu Kyi pode ser banida da política e até mesmo condenada a vários anos de prisão.

Com a realização de manifestações de protesto contra a junta militar e a economia parcialmente paralisada devido às greves no país, Myanmar está em convulsão desde o golpe militar. A repressão destas manifestações pelas forças de segurança já causou a morte, nos últimos meses, a pelo menos 818 civis, incluindo mulheres e crianças, segundo a Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP). Dezenas de milhares de civis também foram deslocados como resultado de confrontos entre o exército e as milícias étnicas, que são numerosas no país.

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