Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) lança “segmento de financiamento” às pequenas empresas para a sua capitalização

A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) lançou hoje um novo segmento para financiar as pequenas e médias empresas, denominado “Segmento PME´s”, através da emissão de dívida ou de ações, foi hoje anunciado.

“O mercado PME´S que hoje vamos inaugurar surge para contribuir na redução daquilo que na nossa ótica tem sido o grande défice de financiamento que as PME´S (pequenas e médias empresas) ainda hoje enfrentam, infelizmente”, disse o administrador executivo da Bodiva, Odair Costa.

Segundo o responsável, através deste mercado, as empresas poderão capitalizar-se, quer por via da emissão de dívida quer por via da emissão de instrumento de capital, vulgo ações.

A Bodiva, com este segmento, promete disponibilizar aos investidores outra classe de ações de empresas em fase de crescimento e com elevado potencial de valorização.

Para lançar este mercado, explicou, “foi necessário fazer um trabalho de flexibilização dos requisitos de admissão à negociação de modo que eles pudessem estar adaptados à realidade das PME angolanas”.

“A Bodiva servirá como uma plataforma para financiar a expansão das PME”, disse Odair Costa, que falava na cerimónia de apresentação do “Segmento PME´s”.

“Estamos certos que poderemos contar com o apoio dos empresários na efetivação desta iniciativa, que certo trará ao país uma dinâmica mais inclusiva no que diz respeito ao mercado de capitais e em particular a bolsa de valores”, frisou.

São elegíveis ao “Segmento PME´s” todas as pequenas e médias empresas, segundo a classificação do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (Inapem), com conta auditadas por um perito contabilista por pelo menos um exercício, plano de negócios há três anos e que divulgue informação financeira anualmente.

Questionado pela Lusa sobre o limite de financiamento via bolsa às PME, Odair Costa disse não existirem limites: “Dependerá de empresa a empresa e do apetite do mercado, não há limite nem mínimo e nem máximo”.

Em relação ao limite de empresas que possam aderir a este segmento, a bolsa angolana “não impõe nem limite mínimo e nem o máximo”, mas almeja a médio e longo prazo entre cinco e dez empresas, acrescentou.

Acesso ao financiamento, à eletricidade e água, concorrência das empresas informais, transporte de mercadorias e acesso à obtenção de matéria-prima são alguns dos “enormes constrangimentos” que, de acordo com a Bodiva, as PME em Angola enfrentam na execução das suas atividades.

Para a Bodiva, o acesso ao financiamento de longo prazo sem compromisso de remuneração, benefícios fiscais, reputação corporativa, monetização do investimento, custo de capital, tendencialmente mais baixo do que formas de financiamento tradicional, flexibilidade, estrutura acionista e fiscalidade atrativa são alguns dos benefícios do financiamento em bolsa.

 

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