O empresário angolano-brasileiro, disse hoje, em Luanda, que respondeu a todos os pedidos de esclarecimentos da justiça francesa num processo em que o Banco Nacional de Angola terá sido supostamente defraudado em 45 milhões de dólares (37 milhões de euros).
“Dei todos os esclarecimentos em França, na justiça francesa, não ficou nada pendente e estou a aguardar o desfecho”, afirmou o empresário, em declarações à agência Lusa, numa referência ao processo que decorre desde 2012.
Em causa está a suposta utilização de intermediários em contratos entre o Governo de Angola e uma empresa francesa para o fornecimento de papel-moeda, em que Valdomiro Dondo terá supostamente beneficiado de um pagamento de 45 milhões de dólares em suborno, como noticiou a imprensa brasileira, em junho de 2017.
Para o efeito, a pedido da justiça francesa, onde começou a ser investigado o caso, foi realizada naquela a denominada “Operação Le Coq”, que envolveu a Polícia Federal no Rio de Janeiro.
“Com relação ao que se fala e se propaga que o Banco Nacional de Angola foi defraudado, isso não procede, porque eu nunca tive negócio nenhum com o BNA, meu negócio sempre foi com a empresa francesa, desde 1998, e já tive a oportunidade de esclarecer isso para a justiça francesa e também no Brasil dei todos os esclarecimentos”, reiterou Valdomiro Dondo.
Segundo o empresário, entre 1998 e 2012 teve um contrato com essa empresa francesa e o montante referido trata-se de um valor que recebeu como “valor bruto dos negócios feitos com a empresa francesa”, que incluiu também a manutenção de pessoal, escritórios e estruturas.
“Enfim, foi uma margem bruta das operações”, reafirmou o empresário, que na altura da operação não foi encontrado pela Polícia Federal, conforme noticiou a imprensa brasileira.