Brasil garante ampliar Banco de Leite Humano em Angola, “património de ambos os países”

O ministro da Saúde do Brasil considerou hoje o Banco de Leite Humano (BLH) angolano como “património do Brasil e de Angola”, após visitar a instituição em Luanda, prometendo “ampliar a cooperação técnica” para as restantes províncias angolanas.

Marcelo Queiroga, que visitou hoje o BLH angolano, projeto de cooperação brasileira instalado na Maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, disse que a unidade é um património de ambos os países, garantindo solidificar e ampliar a cooperação nesse domínio.

“É um grande prazer visitar o Banco de Leite Humano, fruto da colaboração entre os nossos países, juntos construímos esse banco, que é um património do Brasil e de Angola, vamos continuar a trabalhar nessa cooperação técnica para ampliar ainda mais essa ação”, afirmou o governante brasileiro.

Para o ministro brasileiro, o BLH angolano deve servir de exemplo para outros países, “não só os de língua portuguesa”, porque, notou, o Banco de Leite Humano “começa, sobretudo com um gesto de amor”.

“O amor das mães que muitas vezes doam o leite não só para os seus filhos, mas para outras crianças que precisam desse alimento”, disse.

Marcelo Queiroga visitou a unidade hospitalar ladeado de alguns ministros da Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se encontram em Luanda para uma reunião do setor, e do secretário de Estado para a Área Hospitalar angolano, Leonardo Inocêncio.

O BLH, primeiro do género em Angola, foi inaugurado em 18 de novembro de 2019 e tem uma capacidade de recolha diária de 100 litros de leite, doados por mulheres, que se deslocam para o feito à unidade hospitalar.

Manuela Mendes, diretora geral da Maternidade Lucrécia Paim, maior do país, enalteceu a visita dos ministros da CPLP, referindo que a BLH regista já um aumento da oferta após os entraves, sobretudo da mobilidade, causados pela pandemia.

“Esse leite tem servido, essencialmente, para os bebés prematuros, além do leite que é doado pela própria mãe, aquelas mães que não o conseguem fazer têm o apoio do banco de leite e sabemos que o principal alimento para o bebé”, afirmou em declarações aos jornalistas.

Segundo a responsável, “diminuíram em 30% as taxas de mortalidade neonatal e materna naquela unidade, nos últimos três anos, sobretudo devido às novas medidas traçadas pelo Governo, como aumento de recursos humanos, formação acelerada e aumento dos dispositivos médicos”.

“Nós baixamos a mortalidade neonatal em 30% nestes três anos o que não é fácil, uma vez que ainda temos muitos problemas a nível da comunidade, em que não reconhecem os fatores de risco e, por isso, chegam tardiamente à nossa instituição”, realçou.

“E, isso, também dificulta a diminuição mais acentuada das taxas de mortalidade”, notou, referindo que a unidade hospitalar que dirige vai implementar um programa de envio de mensagens às mulheres grávidas sobre os fatores de risco na gestação.

 

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