COVID-19: Angola ultrapassa recessão e cresce em 2021, estima Fitch Solutions

A consultora Fitch Solutions estima que a economia de Angola vai conseguir ultrapassar a recessão de 4% prevista para este ano e depois crescer 1,7% no próximo ano, acelerando para 2,5% no seguinte.

“Uma ligeira subida na produção petrolífera e nas exportações vai empurrar a economia para fora da recessão em 2021”, lê-se numa análise da Fitch Solutions à economia angolana, na qual se escreve que “o PIB vai regressar a terreno positivo em 2021, com 1,7% e 2,5% em 2022”.

Estes valores ficam abaixo da estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI), que antevê uma média de 3,1% nos próximos dois anos, nota a Fitch Solutions, depois de cinco anos de crescimentos negativos no PIB.

Na nota enviada aos clientes e que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings escrevem que “apesar de os cortes à produção impostos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo terem sido prolongados até abril de 2022, as reduções obrigatórias para Angola vão cair de 277 mil barris diários no segundo semestre para 209 mil barris até ao fim do período”.

Assim, acrescentam, é previsível um aumento da produção nos próximos dois anos, com um crescimento médio de 4,7%, acrescentando 0,4 pontos percentuais ao crescimento da economia nos dois próximos anos.

Nesse período, a procura interna também deverá aumentar ligeiramente, fruto da normalização das condições económicas e da assunção de que o Governo não vai impor mais medidas de confinamento, dizem os analistas, que antecipam uma inflação de 18% em 2021 e de 14,2% em 2022.

A melhoria das condições económicas e o abrandamento da propagação da pandemia de covid-19 deverá traduzir-se na prioridade da despesa pública, afirma a Fitch Solutions.

“O Governo vai provavelmente focar-se na despesa pública quando o pior da covid-19 passar, retomando a consolidação orçamental em linha com o programa de ajuda do FMI”, por isso “cortes na despesa são prováveis, principalmente em 2021, o que vai fazer com que a despesa pública caia 1,2% no próximo ano”, concluem os analistas.

O continente africano registou nas últimas 24 horas mais 191 mortes devido à covid-19, aumentando para 43.612 o total de vítimas mortais pelo novo coronavírus, que já infetou 1.813.065 pessoas na região, segundo dados oficiais.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nos 55 Estados-membros da organização registaram-se nas últimas 24 horas mais 10.714 casos de covid-19.

O número de recuperados é agora de 1.484.042, mais 8.145 do que na véspera.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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