O nosso país, os nossos povos, enfim, nós, enquanto angolanos, temos históricos de guerras e outros desentendimentos que a todos deve lembrar a necessidade de Diálogo, directo, aberto, franco e inclusivo, sempre que a nossa abordagem do país suscitar interpretações, reacções e/ou comportamentos conducentes a violência, quer seja verbal ou física, como no caso que resultou na morte do jovem promissor Inocêncio de Matos. De resto um acto da polícia – a mando de ordens superiores, às quais regressamos – absurdo e despropositado, que deve merecer a nossa mais veementemente condenação.
Se estudarmos a história dos vários conflitos que tiveram lugar em Angola, muito dificilmente encontraremos um que teve desfecho airoso por via da violência ou imposição de uma vontade sobre outras, embora se tivesse tentado vezes sem conta.
Diálogo, quer dizer conversação entre partes, se tivermos em conta a etimologia da palavra, mesmo que do outro lado estejam pessoas que tenham outras visões sobre as soluções dos problemas do país, ou não concordem conosco, bem como nos critiquem.
A palavra Diálogo, do grego, é formada por “dia” – que significa “por intermédio de”, e “logos”, que significa “palavra”.
Portanto, é “por meio da palavra”, “conversa” ou “conversação”, que devemos buscar consensos, nunca por meio da violência.
Neste momento em que os nervos vão subindo à flor da pele, e o tom se irá elevar, quanto mais nos aproximarmos dos anos pré e eleitoral, impõe-se um diálogo abrangente, verdadeiro e construtivo;
O verdadeiro diálogo requer que previamente exista boa vontade e compreensão recíprocas, sem preconceitos.
Esses são pressupostos fundamentais para o êxito da “conversa”, ou das conversações que se impõem entre o Executivo ou Presidente da República e todas as forças constestatárias, quer sejam os jovens manifestantes ou outro (a)s cidadã(o)s.
Nenhum país se constrói e desenvolve com unanimismos, mas sim com consensos, que resultem de aproximações de pontos de vista diferente.
Adão Ramos, activista pela Inclusão