Escolas e universidades em Portugal são pichadas com mensagens contra brasileiros, negros e ciganos

Três escolas secundárias e duas universidades, além de um centro para refugiados, foram pichados em Lisboa com mensagens de ódio contra negros, ciganos e brasileiros na madrugada desta sexta-feira. O autor desse crime de racismo ainda é desconhecido das autoridades, segundo informa o jornal local “Público”.

O vandalismo aconteceu nas entradas de escolas secundárias dos bairros de Portela, Sacavém e Olivais, além da Universidade Católica Portuguesa e do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Um centro de acolhimento de refugiados na região da Bobadela, também foi alvo.

Imagens das mensagens circulam em redes sociais. Entre elas há as seguintes frases:

– “Zucas (termo pejorativo usado para se referir aos brasileiros), voltem para as favelas! Não vos queremos aqui!”

– “Morte aos pretos, por uma faculdade branca”

– “Portugal é branco. Pretos voltem para África!”

– “Morte aos ciganos. Portugueses digam sim ao racismo”

-“Viva a Europa branca”

O Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública de Lisboa informa que “até o momento não foi identificado nenhum possível suspeito”. As ocorrências “estão participadas como situações criminais”, acrescentou a polícia.

O secretário de Educação de Portugal se manifestou a respeito do caso em rede social: “Não podemos aceitar que alguém escreva isto tantos anos depois de Rosa Parks. Não podemos parar de denunciar que estas atitudes estão cada vez mais legitimadas por pessoas que, tendo crescido em democracia, suspiram, discursam e anseiam pelo regresso a um qualquer regime de que têm saudades sem nunca terem conhecido”, afirmou.

“Só me conseguiste gerar um pensamento feliz: o teu escrito parvo ficou do lado de fora da escola! O racismo não tem lugar lá dentro”, acrescentou.
O diretor do Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide, Nuno Reis, afirma que a solução para o problema é “dar a menor atenção possível a estas situações”, por mais desagradáveis que sejam. “Este ano já é a terceira vez”, apontou ao jornal “Público”.

“São situações provocatórias e a nossa posição enquanto agrupamento tem sido de não dar relevância e limpar rapidamente”, comentou, acrescentando que as frases duraram “pouco mais de uma hora” até serem limpas.

Texto do Globo

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