A consultora NKC African Economics estimou hoje que a economia de Angola deverá sair da recessão este ano e crescer 1%, apesar da descida de 3,9% na produção industrial registada entre janeiro e março.
“Projetamos que o PIB real vá finalmente recuperar, depois de cinco anos seguidos de contração, para registar um crescimento de 1% em 2021”, lê-se numa análise aos últimos números do Instituto Nacional de Estatística de Angola, que dão conta de uma queda de 3,9% da produção industrial no primeiro trimestre.
No comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta filial africana da britânica Oxford Economics escrevem que “a queda de 3,9% no primeiro trimestre foi maior que a queda do último trimestre de 2020, quando se registou um declínio de 1,7%, ambos face ao período homólogo”.
O principal responsável pela descida foi a produção de petróleo e gás natural, que pesa 85,3% no total do índice, e que registou uma descida de 17,8% de janeiro a março deste ano, em comparação com o período homólogo de 2020.
“Juntando a análise do índice de produção industrial com o último indicador sobre o clima económico, antevemos que o PIB no primeiro trimestre tenha registado uma contração moderada”, dizem os analistas no comentário enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso.
Os especialistas referem que “a produção de petróleo em Angola caiu 18% no primeiro trimestre devido a questões operacionais nos onerosos poços de águas profundas”, notando que os dados da produção petrolífera mostram uma queda que continuou pelo menos até maio.
“Felizmente, a subida dos preços do petróleo para mais de 70 dólares beneficiou as receitas governamentais apesar da queda na produção”, concluem os analistas.