O Fundo Monetário Internacional aprovou o desembolso imediato de 772 milhões de dólares do programa de ajuda financeira a Angola, elevando para 3.900 milhões o total já entregue a Angola. Organização saúda políticas “sólidas” governamentais que permitem sustentabilidade da dívida e elogiam poupança de maior parte de rendimentos extra do petróleo.
Inicialmente o programa aprovado em 2018 era de 3.700 milhões mas isso foi aumentado em outros 765 milhões de dólares para, segundo o FMI, apoiar as autoridades angolanas a mitigarem o impacto económico da COVID-19.
A decisão de desembolsar outros 772 milhões de dólares segue-se à quinta revisão do programa económico de Angola feito pelo FMI que disse numa declaração emitida ao fim do dia de quarta-feira que os efeitos da pandemia continuam a ser sentido mas que as autoridades angolanas “apoiaram a recuperação através de políticas sólidas que têm como objectivo estabilizar a economia, criar oportunidades para o crescimento inclusivo e proteger os mais vulneráveis da sociedade angolana”.
“O ajustamento fiscal decorrente, face ao impacto da pandemia, está reforçar a sustentabilidade da dívida, permitindo um aumento nos gastos sociais e de saúde”, disse a declaração do FMI que fez notar o aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais como algo que tinha ajudado nos panos do governo
O FMI disse que as autoridades angolanas tinham também adoptado uma posição mais restritiva de política monetária tendo em conta a “persistente” alta inflação.
A vice-directora executiva do FMI, Antoinette Sayeh, disse por seu turno numa declaração que as autoridades angolanas tinham continuado a “fortalecer as finanças públicas e dinâmicas de divida…alcançando um forte ajustamento fiscal em 2020 e estão no caminho de conseguir o mesmo em 2021 com aumento de gastos sociais e de saúde”.
“Ao pouparem a maior parte do aumento de rendimentos extra(windfall)do petróleo este ano (as autoridades) estão a ajudar a suster a planeada rápida redução das vulnerabilidades da dívida pública”, disse a declaração.
Sayeh disse que o Banco Nacional de Angola deveria apertar mais a política monetária “se a inflação não começar a desacelerar significativamente”.
A dirigente do FMI disse que a aprovação da Lei de Instituições financeiras “vai dar poder às autoridades para salvaguardar a estabilidade financeira e para proceder rapidamente n a restruturação pendente de um banco público em dificuldades”, mas não outros pormenores.
A declaração disse ainda ser “vital fortalecer a independência e governação do BNA”.
Para a vice-directora executiva do FMI é “crítico” fortalecer o crescimento do sector não-petrolífero da economia para se garantir a sustentabilidade.
“As autoridades têm que manter o ímpeto em reformas estruturais que apoiam um crescimento diversificado forte, fortalecem a governação e combatem a corrupção”, disse a declaração da vice-directora executiva do FMI.