Nove missionários brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) foram na terça-feira deportados de Angola, estando prevista a saída de mais 10 na quinta-feira, informou a porta-voz da ala brasileira da IURD.
Ivone Teixeira disse à Lusa que, no total, estão de partida para o Brasil 112 membros da IURD, incluindo 55 casais (missionários e suas mulheres) e mais dois religiosos solteiros, estando o processo a cargo do Serviço de Migração e Estrangeiros.
A partida irá decorrer “paulatinamente, em grupos de 10, estando previstas duas viagens por semana”, adiantou a responsável.
Os brasileiros da IURD foram notificados em abril para deixarem voluntariamente o país por terem cessado a atividade eclesiástica em Angola e, em consequência, verem cancelados os seus vistos de permanência temporária, na sequência de um ofício da nova direção angolana da IURD.
O conflito interno na IURD teve o seu início em novembro de 2019, quando um grupo de dissidentes angolanos decidiu afastar-se da direção brasileira, com várias acusações, nomeadamente de evasão de divisas, racismo, prática obrigatória de vasectomia, entre outras, todas recusadas pelos missionários da igreja criada pelo brasileiro Edir Macedo, que acusam também os angolanos de xenofobia e agressões.
Nos tribunais de Angola, depois de iniciadas as divergências entre as partes, agravadas com a tomada pela força de templos em todo o país, correm vários processos judiciais relacionados com a IURD Angola.
Uma Comissão de Reforma de pastores angolanos foi legitimada pelo Estado angolano, tendo a nova direção da IURD, encabeçada pelo bispo Valente Bezerra, sido eleita em assembleia-geral em 13 de fevereiro.