Um jornalista da Deutsche Welle (Voz da Alemanha), na província angolana do Huambo, foi impedido pela polícia local de efetuar uma reportagem sobre o “papel social das cantinas”, denunciou o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), que “condena” a situação.
O SJA, em nota tornada pública hoje, “condena a obstrução ao exercício da liberdade de imprensa” e refere que o jornalista José Adalberto foi “impedido de fazer a reportagem por agentes afetos à 3.ª esquadra”, na província do Huambo.
Segundo o SJA, o profissional foi conduzido até à esquadra, quando reportava, no sábado, sobre o papel social das cantinas de cidadãos estrangeiros, logo após um telefonema de um suposto agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC) local.
A nota sublinha também que o comandante provincial da polícia nacional no Huambo, sul de Angola, reconheceu tratar-se de um “excesso de zelo” e pediu desculpas ao jornalista que, no entanto, ficou impedido de concluir a reportagem.
O SJA diz-se “preocupado” com “reiteradas incompreensões” dos agentes da Polícia Nacional sobre o trabalho dos jornalistas e recorda que a liberdade de imprensa é um direito fundamental.
“Os jornalistas não carecem de autorização das autoridades para qualquer trabalho em lugares públicos, salvo das restrições impostas pela Constituição e a Lei de Imprensa”, acrescenta a nota assinada por Teixeira Cândido, secretário-geral do SJA.