O chefe da diplomacia americana encetou hoje oficialmente uma digressão de vários dias em África cuja primeira etapa decorre no Quénia, Antony Blinken seguindo depois para a Nigéria e o Senegal. Na agenda desta digressão estão as ameaças contra a democracia, as mudanças climáticas assim como as crises vigentes na Etiópia e no Sudão.
Neste primeiro dia de digressão, Antony Blinken que se encontra actualmente em Nairobi, apelou os africanos a permanecerem vigilantes perante as ameaças contra a democracia. “Mesmo as democracias dinâmicas como o Quénia sofrem pressões, em particular em altura de eleições”, disse o chefe da diplomacia americana aludindo à perspectiva das presidenciais previstas em Agosto de 2022 neste país onde os períodos eleitorais têm sido marcados pela violência nos últimos anos.
Na sua comunicação pública, o Secretário de Estado americano também deixou um recado ao Sudão onde os militares retomaram o poder por completo no passado dia 25 de Outubro, levando a um concerto de sanções, nomeadamente a suspensão de uma ajuda de 700 milhões de Dólares pelos Estados Unidos. “É vital que a transição recupere a legitimidade que tinha. Se o exército colocar novamente este processo nos trilhos e fizer o que é preciso, acho que o apoio da comunidade internacional, que tem sido muito forte, pode ser retomado” disse Blinken.
Relativamente ao conflito na Etiópia -o outro prato forte desta digressão- ainda antes de embarcar para Nairobi, Blinken reclamou novas discussões entre os beligerantes e o desbloqueamento da ajuda humanitária. Na sua óptica, a ausência de acordo “pode conduzir à implosão da Etiópia e pode ter consequências para outros países na região”. Em eco a estas palavras, a ministra queniana dos negócios estrangeiros afirmou hoje que “um cessar-fogo é possível” naquele país. Declarações que surgem depois de uma recente deslocação a Addis Abeba do presidente Kenyatta que participa activamente nos esforços de mediação.
De referir, entretanto, que o governante americano segue amanhã para a Nigéria, onde deveria ser abordada nomeadamente a questão da segurança neste país a braços com grupos terroristas. Na sua última etapa, no Senegal, a visita de Blinken será designadamente centrada sobre as iniciativas empresariais locais.