Macau: Angola “mantém-se” entre principais destinos do investimento chinês em África

Angola continuou, em 2020, a figurar como um dos principais destinos do investimento directo da China em África, apesar da pandemia do novo coronavírus, segundo dados divulgados hoje por um grupo empresarial com sede em Pequim.

O relatório elaborado pelo Conselho Empresarial China – África colocou Angola entre os 12 países africanos que receberam cerca de dois terços do total dos investimentos feitos pelo gigante asiático no continente, no ano passado.

Entre estes países constam nações de rendimento médio, incluindo África do Sul e Egipto, e outras ricas em matérias-primas, como a Nigéria, República do Congo ou a Zâmbia.

Houve também investimentos substanciais na Etiópia, Quénia e Tanzânia, que integram a iniciativa `uma faixa, uma rota`, o megaplano transcontinental de infra-estruturas lançado pela China, destacou a mesma fonte.

No conjunto, o investimento directo da China em África aumentou 8%, em 2020, face ao ano anterior, para o equivalente a 2,5 mil milhões de euros, apesar da pandemia do coronavírus.

O aumento contraria a tendência de queda global do investimento estrangeiro directo no continente. Um relatório produzido pelas Nações Unidas indicou que o investimento global em África caiu 16%, em 2020.

No total acumulado, o investimento chinês no continente africano ascendeu a 40 mil milhões de euros, de acordo com os dados do empresarial.

“Apesar da ameaça da pandemia da covid-19, a desaceleração económica, o encerramento das fronteiras e a questão da dívida africana, as empresas chinesas mantiveram a vontade de investir” no continente, destacou o presidente do Conselho Empresarial China – África, Wang Licheng.

Várias estatais chinesas estão a construir projectos de infra-estrutura, como portos, auto-estradas, barragens e aeroportos, a maioria no âmbito da iniciativa `uma faixa, uma rota`.

Segundo dados do Ministério do Comércio da China, no entanto, as empresas privadas chinesas são responsáveis por cerca de 70% dos investimentos do país em África.

O relatório indicou que, para além dos sectores tradicionais, como construção de infra-estruturas e mineração, as empresas chinesas estão a explorar novas áreas, incluindo o fabrico de média e alta tecnologia, na saúde e economia digital.

Wu Peng, chefe do Departamento para os Assuntos Africanos do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, afirmou recentemente que as empresas chinesas estão a fazer a transição do modelo “ir para África” para um de “criar raízes em África”.

“A China é também o maior parceiro comercial de África, desde 2009, quando ultrapassou os Estados Unidos”.

O comércio China – África, que em 2019 ultrapassou os 170 mil milhões de euros, caiu para cerca de 150 mil milhões, no ano passado, reflectindo o impacto da pandemia.

 

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