O Governo da província angolana do Cunene reconheceu hoje que grande parte da frota de transportes públicos, composta por 600 viaturas, está inoperante, sendo as deslocações asseguradas por milhares de mototaxistas.
A informação sobre o estado dos transportes públicos no Cunene, sul de Angola, foi transmitida pela diretora provincial do Transportes, Tráfego e Mobilidade, Geraldina Paredes, dando conta que a província foi “invadida por mototaxistas”.
Segundo o governo provincial estão licenciados quase três mil mototaxistas, em atividade nos seis municípios, que cobrem a escassez de transportes públicos nesta região.
“O quadro atual (dos transportes públicos) é estável, não vamos dizer que estamos muito bem, porque estamos com escassez de meios na verdade, razão pela qual estamos a ver que a província está toda ela invadida por mototaxistas”, disse a responsável.
Segundo Geraldina Paredes, a presença em massa de motorizadas em serviço de táxi na província é reflexo da insuficiência de meios de transporte público e mesmo de táxis (pequenos autocarros privados).
Pelo menos 600 viaturas compõem a frota dos transportes públicos nesta província, mas mais de 50% estão obsoletos, estando em circulação não mais de 250 viaturas.
“Hoje temos apenas acima de 250, a maior parte está num estado degradado. Os nossos operadores não conseguem renovar as suas frotas e a maior parte das viaturas de táxi urbano (…) não reúne condições operacionais”, salientou.
Em declarações sobre o quadro da mobilidade na província, Geraldina Paredes referiu também que o decreto que proíbe a importação de viaturas usadas em determinado período também contribui para a escassez de meios, pedindo a sua revogação.
“A proibição de entrada de viaturas de certa idade no país também está a contribuir bastante para a escassez de táxi e os operadores não conseguem renovar as suas frotas”, apontou.
Para a diretora dos Transportes, Tráfego e Mobilidade do Cunene, a aprovação de um crédito automóvel por parte do Ministério dos Transportes, visando apoiar os operadores, e a revogação do referido decreto, ajudariam a inverter a carência de transportes na província.