Para a procuradora-geral moçambicana, o combate à corrupção no país passa também pela expansão dos gabinetes de combate ao crime pelas províncias, um processo que está em curso.
A procuradora-geral da República (PGR) moçambicana manifestou-se esta quinta-feira preocupada com número de casos de corrupção em Moçambique, defendendo a expansão dos gabinetes de combate ao crime pelas províncias.
Na nossa ação, continuamos a constatar, com enorme preocupação, a prática de atos de corrupção, quer no setor público, quer no privado, algumas das quais se traduzem no desvio de avultados valores do erário público, com grandes prejuízos para o nosso país”, declarou Beatriz Buchili.
A PGR falava em Maputo durante a abertura da 9.ª Reunião Nacional do Gabinete Central de Combate à Corrupção, subordinada ao tema “Pelo reforço da capacidade e fortalecimento dos gabinetes de combate à corrupção na luta contra o crime”.
Para a procuradora-geral moçambicana, o combate à corrupção no país passa também pela expansão dos gabinetes de combate ao crime pelas províncias, um processo que está em curso.
Esperamos que, com a criação dos gabinetes provinciais tenhamos maior eficácia e celeridade da nossa atuação, tendo em conta que os gabinetes estarão nas zonas de jurisdição, o que de certa forma, facilitará também, a componente preventiva”, afirmou Beatriz Buchili.
Por outro lado, prosseguiu a procuradora-geral, a ratificação de acordos com outros países da região e do mundo é fundamental, tendo em conta que este tipo de crime tem, nos últimos tempos, assumido contornos transversais.
Atendendo que o combate à corrupção e crimes conexos, incluindo a criminalidade económico-financeira, é um crime transnacional, indiferente às fronteiras físicas, geográficas ou políticas, é indispensável o recurso à cooperação jurídica e judiciária internacional, na investigação destes crimes”, acrescentou.
Segundo dados do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Moçambique perdeu, entre 2016 e 2019, mais de dois mil milhões de meticais (23 milhões de euros) em casos de corrupção.