“MPLA e oposição angolana” trocam acusações sobre transparência eleitoral

O MPLA e a oposição trocaram hoje acusações sobre a lisura ou não das próximas eleições com o partido no poder a afirmar que alegações de fraude eleitoral são a desculpa da oposição para a sua fraqueza. MPLA diz que o único argumento da oposição é só falar de fraude para desacreditar todo o processo.

A transparência eleitoral esteve hoje em debate durante hora e meia na Assembleia Nacional, a pedido do próprio MPLA numa decisão vista como tendo como objectivo mostrar que o partido no poder não teme essa discussão.

O Partido da Renovação Social (PRS) levantou a questão do registo eleitoral afirmando que os Balcões Únicos de Atendimentomao Público (BUAPs) deixaram de fora milhares de novos eleitores de modo propositado.

“Os BUAPs constituíram factores de exclusão de potenciais eleitores que não conseguiram registar-se e ou actualizar os seus registos, ficando assim de fora de votarem em Agosto”, disse o deputado do PRS Benedito Daniel.

O deputado sem partido Leonel Gomes disse em referência ao presidente da República que já em 2017 o MPLA tinha violado a lei ao apresentar “um candidato militar no activo violando a constituição, com o beneplácito da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e da Procuradoria Geral da República”.

Gomes pôs também em causa a independência da Comissão Nacional Eleitoral.

“Fala-se de independência da Comissão Nacional Eleitoral quando só o MPLA sozinho toma conta da CNE”, disse.

“Queremos transparência como?”, interrogou.

Já o maior partido da oposição, a UNITA por via do deputado Nhany Marcolino trouxe outras questões que para o seu partido não contribuem em nada para a transparência eleitoral.

“No Cunene e Cuando Cubango mandaram fechar escolas públicas para obrigar alunos e professores a irem ao comício do MPLA, o presidente da república faz todo tipo de inaugurações antes do período de campanha oficial, transformando-as em actos político partidário e campanha usando recursos públicos e funcionários do estado”, disse.

MPLA contra-ataca

António Paulo Deputado pelo MPLA considerou que a oposição não tem outro argumento senão falar sempre de fraude.

“A oposição usa a retórica da fraude como única táctica de combate político, a oposição faz isto para descredibilizar as instituições do estado e o processo eleitoral”, disse.

Sobre as inaugurações do presidente da república António Paulo disse que “as inaugurações não estão proibidas nesta fase, só serão proibidas no mês que antecede o voto, que é o período formal de campanha eleitoral”.

João Martins outro parlamentar pelo partido no poder disse que “o nosso processo é dos mais transparentes de África e isso é comprovado pelas mais de 25 missões de observadores eleitorais internacionais sobretudo daqui da região austral do continente”.

 

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