Portugal: Adalberto Costa Júnior não é “português”, atesta documento apresentado pela UNITA

O maior partido da oposição angolana, UNITA, apresentou em conferência de imprensa na sexta-feira, 16, um documento da Conservatória de Registos Centrais em Lisboa que atesta que o seu presidente Adalberto Costa Júnior perdeu a nacionalidade portuguesa. Partido anuncia processo contra o MPLA por aliciar militantes para protestar contra seu líder, partido no poder diz não ter nada a ver com problemas internos de outros.

A apresentação do documento segue-se a acusações que o presidente da UNITA possuia nacionalidade portuguesa e, como tal, não poderia candidatar-se a cargos políticos em Angola.

Kaiwki Sampaio da Costa, antigo secretário para Mobilização da UNITA em Luanda e outros subscritores escreveram para o Tribunal Constitucional exigindo a destituição de Adalberto Costa Júnior.

O documento apresentado em conferência de imprensa é o assento de nascimentonº 181093/ com averbamento nº 3, de 11 de Outubro de 2019, que diz: “Perdeu a nacionalidade portuguesa, nos termos do artigo 8º da Lei nº 37/81, de 3 de Outubro , processo n. 80042 SITPRO/2019 da Conservatória dos Registos Centrais”.

Por outro lado, a UNITA disse que vai apresentar uma queixa crime contra o MPLA por alegadamnete este partido estar a levar a cabo uma campanha de aliciamento aos seus militantes para se manifestarem nas ruas contra Adalberto Costa Júnior.

No encontro com os jornalistas, a UNITA apresentou 22 milhões de kwanzas que teriam sido entregues ao secretário para Mobilização do Comité Provincial da UNITA no Kilamba Kaxi que por ordens do próprio partido aceitou o dinheiro como prova da campanha de aliciamento

“O processo que vamos apresentar à PGR vai constar esse dinheiro que deve voltar ao Tesouro Nacional e pedir que a justiça se faça para que o problema da corrupção deva ser encarado com maior responsabilidade”, disse o secretário-geral da UNITA, Álvaro Chikuamanga.

MPLA responde

Em resposta, numa longa mensagem, Rui Falcão, porta-voz do partido no poder, disse que “o MPLA tem mais de quatro milhões de militantes com quem tem de se preocupar de forma permanente” e “não tem tempo para se preocupar com a vida interna de outros partidos”.

“Qualquer um que tenha problemas internos, sonha com fantasmas e, acordado, tem insónias. A respeito, já fizemos um comunicado muito claro. Não temos e continuamos a não ter nada a ver com problemas internos de outros partidos. Sempre foi e vai continuar a ser essa a nossa postura. Quando internamente os problemas não são resolvidos, ainda há a possibilidade de recurso para os órgãos judiciais. Fazer recurso a terceiros que nada têm a ver com isso, só pode ser entendido como sinónimo de fraqueza e desespero”, conclui Rui Falcão.

 

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