O bispo da Diocese Católica de Cabinda, Dom Belmiro Chissengueti, defendeu, em Benguela, à saída da audiência que o governador Luís Nunes concedeu aos bispos da CEAST, a necessidade de o Presidente da república, João Lourenço, declarar um “Estado de Emergência” para se debelar o problema da fome que enferma muitas famílias angolanas, de modo a permitir incidir prioridades em determinados aspectos
Para Belmiro Tchissengueti, a declaração de um estado de emergência para uma situação crucial, que é a fome, daria oportunidade a que a nação toda se envolvesse na luta contra este flagelo e, com efeito, permitir-se-ia proceder a uma melhor catalogação, na perspectiva de se obter respostas mais científicas, uma vez que se anda “a tactear diante das circunstâncias”.
O bispo da região mais a Norte do país reprova o facto de, em Angola, não haver continuidade de projectos e, neste particular, argumenta, as instituições também não ajudam, porque não garantem confiabilidade, “por isso as coisas param”.
Falando à imprensa, em Benguela, Dom Belmiro Tchissengueti argumenta, contudo, que, em relação à malária, se torna imperioso a criação de uma comissão interministerial, à semelhança do que aconteceu com a pandemia da Covid-19, para zelar pelo quadro sanitário da malária.
Bastante crítico em relação à situação social do país, o também porta-voz da CEAST sugere, desta feita, a necessidade de as atenções do Governo estarem direccionadas à situação sanitária, tendo a malária e a dengue no centro das atenções, por estarem a ceifar dezenas de vidas de cidadãos. De sorte que o prelado católico sugere que se crie uma comissão interministerial para se ultrapassar o problema que muito prejuízo causa ao país.
De acordo com sacerdote, descrevendo, diariamente, a situação sanitária, como se faz com a Covid, o país tomaria maior consciência do número de mortes que a malária tem provocado, pois, com este quadro, sustenta Dom Belmiro Tchissengueti, fica-se com a impressão de que a contabilidade de “mortes por malária não contam. Nós temos, todos os dias, 3, 4 por Covid, mas temos talvez 10, 50, 100 por dia, por malária”, avisa.
E, sobre as medidas profiláticas, disse: “Mas também é preciso cuidar da limpeza do meio, e é aqui onde se podem evitar os focos. Toda maneira, prestamos a nossa solidariedade no momento difícil, porque o país está a fazer um esforço muito grande para tentar debelar a pandemia da Covid-19”, reconhece.
Vaticano solidário com África
O Vaticano está atento a tudo o que são sofrimentos e aflições de África, de uma maneira geral, e de Angola, em particular, e, por isso, manifesta-se solidário, como afirmou o cardeal José Tolentino Mendonça, radicado na cidade do Vaticano, que está em Benguela no quadro do jubileu dos 50 anos.
Dom José Tolentino está esperançado de que os países de África vão ultrapassar várias das dificuldades que os apoquentam. Neste particular, disse o prelado, a Igreja Católica “olha para o continente africano como uma reserva de esperança da humanidade, por aquilo que em África se conserva de uma humanidade genuína e autêntica”, considera.