A Endiama, diamantífera estatal angolana, e a RGS Holding, empresa privada, vão investir mais de quatro mil milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros), em projetos agroindustriais em três províncias do leste de Angola.
Na sua intervenção, no ato de assinatura do acordo, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino de Azevedo, disse que não é intenção da Endiama “desviar-se do seu objeto social primário, que é a atividade diamantífera”.
Segundo Diamantino de Azevedo, a Endiama pretende com isso assumir uma responsabilidade histórica, que devia ter sido assumida há já bastantes anos.
“A atividade económica nas províncias das Lundas é muito dependente da indústria diamantífera e a atividade de recursos minerais é sempre uma atividade não renovável, ou seja, com o avanço da produção nós exaurimos as reservas e poderemos no futuro deixar de ter esta atividade por este motivo, mas também por motivos económicos a nível mundial”, referiu Azevedo, na sua intervenção divulgada pela rádio pública angolana.
Por sua vez, o presidente do conselho de administração da Endiama, Ganga Júnior, disse que não se trata exclusivamente da produção agrícola, embora seja este o enfoque principal na província diamantífera da Lunda Norte, com a produção de palma.
Ganga Júnior disse que nas províncias da Lunda Sul e Moxico fruteiras e árvores de florestação de valor económico significativo são o foco e que, de forma intercalar, está também contemplada a produção de produtos alimentares que fazem parte da cesta básica.
Já o diretor-geral da RGC Holding, Mohamed Rajal, disse que o projeto vai atingir até 260.000 postos de trabalho diretos, com impacto nos agregados familiares de quase 1.6 milhões de habitantes.
Segundo o empresário, só na parte agrícola estarão garantidos 165.000 postos de trabalho, havendo igualmente a parte industrial e de serviços.