Jornalistas angolanos continuam a enfrentar detenções arbitrárias, intimidações e perseguições em todo o país, apesar de alguns avançados conseguidos.
Este é o cenário descrito pelos profissionais que durante dois dias analisaram em Luanda o sector.
Nas conclusões, segundo o secretário do Sindicato dos Jornalistas (SJA), os profissionais dizem continuar “a registar com maior frequência casos de agressões detenções de jornalistas, apreensões e danificações dos meios dos jornalistas, sem que para isso haja responsabilização dos seus autores”.
Os jornalistas também chamaram a atenção para o facto de que “o exercício da liberdade de imprensa do actual código de imprensa limita mais o exercício da liberdade de imprensa e concorre para asfixiar o exercício da profissão”.
Por seu lado, o activista e jornalista Rafael Marques afirma que “as pessoas hoje falam mais, mas é preciso que se lute mais para que haja uma efectiva liberdade de imprensa”.
Para tal, ele pediu, “mais meios de comunicação independentes” e “maior pressão da sociedade”.
A actuação da polícia foi muito criticada na conferência, no entanto o porta-voz do Ministério do Interior, comissário Waldemar José, disse existir um trabalho de formação contínua para a melhoria da prestação de serviço do seu efectivo, embora reconhece falhas.
“Aos poucos, os procedimentos policiais vão salvaguardando os aspectos legais, temos muitos agentes que vieram das Forças Armadas e que à medida que chegue o seu tempo de reforma vão sendo substituídos por efectivos com alguma formação”, disse.
A conferência, que concluiu um ciclo de encontros em várias cidades angolanas, foi organizada pelo Sindicato dos Jornalistas Angolanos e a rádio Ecclesia.